quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Regulamento Concurso Cultural – “Histórias de meu professor de história”



Introdução
O presente Regulamento orienta os interessados em participar do Concurso
Cultural “Histórias de meu professor de história”, promovido pelo curso de
História da Universidade Guarulhos (UnG).
Cláusula 1ª. Do Objetivo do Concurso
O Concurso Cultural “Histórias de meu professor de história” visa estimular o
ler, aprender e ensinar com a História, buscando destacar o lugar central do
conhecimento histórico na formação de todo cidadão consciente. Estimular,
entre os estudantes do ensino médio regularmente matriculados em escolas
públicas ou privadas, a reflexão acerca da História ensinada, bem como sobre
a experiência de aprender História.
Cláusula 2ª. Da Participação
Podem participar do Concurso, todos os alunos regularmente matriculados no
3.º ano do ensino médio, seja da rede pública ou privada de ensino.
Cada participante pode concorrer, apenas, com uma redação,
Está vedada a participação de parentes de membros do corpo docente da
UnG.
Cláusula 3ª. Da Modalidade
A participação se dará através da inscrição de um texto inédito a ser redigido
em português e em forma de prosa.
O tema a ser desenvolvido deverá ser “Histórias de meu professor de História”.
A redação deverá ter entre 50 e 100 linhas, digitado em letra Times New
Roman, tamanho 12, margens 2,5 cm.
A redação deverá ser desenvolvida pelo aluno sob a supervisão do seu
professor de História. Ao professor cabe zelar pela originalidade e ineditismo
do texto.
Cláusula 4ª. Da Inscrição
Para participar do Concurso, o aluno deverá se inscrever até o dia 1.º de
dezembro de 2010.
A ficha de inscrição será disponibilizada no site da UnG (www.ung.br) e na
Direção do curso de História da Universidade, localizada na Unidade
Guarulhos-Dutra da UnG (Av. Anton Philips, 01, Prédio A, Vila Hermínia,
Guarulhos, SP).
O candidato ou o professor supervisor deverá enviar o texto e ficha de inscrição
para a Diretoria do curso de História da Universidade Guarulhos (UnG) por um
dos meios abaixo:
o Pelo correio: Av. Anton Philips, 01, Prédio A, Vila Hermínia,
Guarulhos – SP – CEP 07030-010;
o Pessoalmente, no endereço acima, de segunda a sexta-feira, no
horário das 13h às 21h.
o Por email: historia@ung.br.
Serão considerados inscritos os candidatos que apresentarem as redações
escritas, acompanhadas da ficha de inscrição devidamente preenchida e
declaração da escola que comprove estar regularmente matriculados no ensino
médio.
Frente a informações inverídicas o candidato estará automaticamente excluído
do concurso.
Cláusula 5ª. Do Julgamento
A Comissão Julgadora será composta pelos integrantes do corpo docente do
curso de História da UnG
As redações serão julgadas segundo critérios de originalidade, criatividade,
coesão, coerência, ineditismo, correção ortográfica e gramatical;
Serão valorizadas as redações que apresentarem um encadeamento de idéias
claro e consistente.
Serão desconsideradas as redações que fugirem do tema do concurso ou não
forem inéditas e originais.
Cláusula 6ª. Dos Resultados
A comissão classificará as 30 melhores redações.
O resultado do Concurso será divulgado no dia 15 de dezembro de 2010 no
site da UnG (www.ung.br) e por meio de cartazes afixados nas escolas que
tiverem participantes.
Os candidatos classificados serão convidados a participar da cerimônia de
premiação, que se realizará no Anfiteatro C da Unidade Guarulhos-Dutra da
Universidade Guarulhos.
Do resultado do Concurso não caberá recurso, sendo a Comissão Julgadora
soberana em suas decisões.
Cláusula 7ª. Da Premiação
Os vencedores do concurso receberão como premiação uma Bolsa de estudos
integral (desconto de 100%) para o curso de História da Universidade
Guarulhos, assim classificados:
- 1.º lugar: Bolsa válida para os três anos de duração do curso; 10 (dez) livros
da área de História da Alameda Editorial e um conjunto de revistas de História;
- 2.º lugar: Bolsa válida somente para os dois primeiros anos do curso; 4
(quatro) livros de História da Alameda Editorial e um conjunto de revistas de
História;
- 3.º lugar: Bolsa válida somente para o primeiro ano do curso e 2 (dois) livros
de História da Alameda Editorial.
Todos os participantes, alunos e professores supervisores serão contemplados
com certificados de participação da Universidade Guarulhos.
Cláusula 8ª. Dos Direitos Autorais
O vencedor do Concurso cede à Associação Paulista de Educação e Cultura,
mantenedora da Universidade Guarulhos (UnG), em caráter definitivo e de
forma gratuita, a propriedade dos direitos autorais resultantes da redação
elaborada para o Concurso Cultural – “Histórias de meu professor de história” ,
para que esta faça seu uso na forma que lhe convier.
Cláusula 9ª. Das Disposições Finais
A Comissão Julgadora é soberana e compete a ela avaliar e resolver casos
omissos e eventuais dúvidas decorrentes deste regulamento, não cabendo
recurso de qualquer espécie.
As bolsas de estudo oferecidas como premiação têm caráter pessoal e
intransferível.
O uso da bolsa de estudos só será permitida ao aluno premiado que for
aprovado no Processo Seletivo para ingresso no 1.º semestre de 2011 da
Universidade Guarulhos.
Guarulhos, 20 de outubro de 2010.

História promove concurso cultural para alunos do ensino médio







Iniciativa premiará com bolsas de estudos os autores das melhores redações com o tema “Histórias do meu professor de história”. Leia o regulamento

Portal UnG (29/10/2010) – O curso de História da Universidade Guarulhos (UnG) divulgou o Regulamento do concurso cultural “Histórias do meu professor de História”. A iniciativa visa estimular a leitura, o aprendizado e o ensino de história, buscando destacar o lugar central do conhecimento histórico na formação de cidadãos conscientes.

O concurso é voltado a todos os alunos regularmente matriculados no 3.º ano do ensino médio, seja da rede pública ou particular de ensino. Par participar, o estudante deve escrever um texto inédito com o tema “Histórias de meu professor de História”. A redação precisa ter entre 30 e 100 linhas, digitada ou escrita à mão.

O conteúdo deverá ser enviado para a Direção do curso de História, juntamente com a ficha de inscrição (disponibilizada abaixo) devidamente preenchida. O envio pode ser feito por e-mail (historia@ung.br); pelo correio (Av. Anton Philips, n.º 01, Prédio A, Vila Hermínia, Guarulhos – SP – CEP 07030-010); ou pessoalmente no endereço citado, de segunda a sexta-feira, das 13h às 21h. O prazo encerra-se em 1.º de dezembro.

Os vencedores do Concurso receberão como premiação uma bolsa de estudos integral (desconto de 100%) para o curso de História da Universidade Guarulhos, assim classificados:

- 1.º lugar: bolsa válida para os três anos de duração do curso; 10 (dez) livros da área de História da Alameda Editorial e um conjunto de revistas de História;

- 2.º lugar: bolsa válida somente para os dois primeiros anos do curso; 4 (quatro) livros de História da Alameda Editorial e um conjunto de revistas de História;

- 3.º lugar: bolsa válida somente para o primeiro ano do curso e 2 (dois) livros de História da Alameda Editorial.

domingo, 26 de setembro de 2010

O Marquês de Sade.

Donatien Alphonse François de Sade, (Paris, 2 de junho de 1740-Saint – Maurice de dezembro de 1814) é considerado o príncipe da libertinagem, mas me pergunto, seria Sade um libertino devasso ou seguindo os pensamentos de Marc Bloch, seria Sade um “Homem, filho de seu tempo” ?

Segundo a historiadora Elizabeth Roudinesco, no final do século XVIII ao inicio do século XIX, a aristocracia francesa vive em dois universos paralelos, no qual, mantêm uma vida formal em meio à sociedade, e um mundo privado onde realizam libertinagens voluptuosas, atos de devassidão e de promiscuidade excessiva. E é em meio a essa nobreza libidinosa, de natureza obscura, que não se impõem limites, quando se trata da busca do prazer, que o pequeno Marquês, será educado e criado.

Tendo essa sociedade como pano de fundo, Sade tem introduzido em si, o sentimento de superioridade da aristocracia, de pertencer á uma classe que tudo pode, se manifestando em pensamentos e atos no direito de desfrutar a seu bel-prazer das outras pessoas, as usando como objetos e tendo como única importância o prazer próprio, sem peso na consciência de coisificar as suas vitimas. Se tornando o símbolo do lado mais obscuro da aristocracia libertina.

Sade que se consolidou como um Filosofo adepto do ateísmo, se apropriou do discurso Iluminista, e o explorou ao extremo, formulando varias criticas a religião e a moral de seu tempo. Em discursos que desqualificam conceitos morais que repousam sobra a crença cristã.

Seu entendimento revela uma concepção caótica de mundo, onde ele usa sua orientação sexual, produzindo um universo que exalta a mistura da violência com o Libido, a volúpia, o prazer excessivo a luxuria e o egoísmo, o que segundo Sade é inato da natureza humana, o desejo e a busca incessante por prazer, que é reprimido pelos códigos morais, éticos e valores religiosos, que em sua concepção é um aparelho repressivo ideológico da natureza humana, criado pela sociedade.

“Antes de ser um homem da sociedade, sou-o da natureza”

Marquês de Sade.

Referências Bibliográficas:

Ø NOVAES, Adauto. Libertinos e Libertários. São Paulo. Ed: Cia das Letras.1996.

Ø ROUDINESCO, Elizabeth. A parte Obscura de nós mesmo. Uma história dos perversos. Rio de janeiro. Ed: Jorge Zahar, 2007.

Ø PERROT, Michelle. (org). História da vida privada, 4: Da revolução Francesa a primeira guerra mundial. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Ø SADE, Marquês. Filosofia na Alcova. Ed. Bertrand. 2007.

Fonte da imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Sade_%28van_Loo%29.png

William J. Duarte Costa , aluno do 6º Semestre de História.

sábado, 25 de setembro de 2010

PERMANÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO CULTURAL NA ALDEIA TEKOÁ PYAÚ.

O conceito de permanência cultural ou tradição cultural tem sido visto pela maioria das pessoas como algo rígido ou estático e imutável, por exemplo: o índio para ser aceito como índio tem que estar caracterizado como no imaginário das pessoas: índio com penacho na cabeça, usando tanga, caçando e pescando para se alimentar. Essa caracterização é veiculada muitas vezes pelo cinema e até mesmo pelas comemorações do dia do índio que acontecem nas escolas de ensino fundamental, onde as crianças levam para casa aquele tradicional penacho feito de papel.

Entretanto, os índios estão inseridos dentro de um novo contexto social e que nós somos apenas mais um dos muitos povos que eles entraram em contato dentro de um processo histórico desde 1500 até hoje. Mesmo os que estão em regiões mais isoladas, cercadas de florestas, vivendo em um ambiente mais natural, como os índios do Amazonas, ainda entram em contato e vivem conflitos em relação à terra com o homem não indígena ou indígena de etnias. Ou seja, não podemos considerar a cultura indígena como algo isolado dentro de uma redoma.

Há hoje aldeias que estão localizadas em áreas urbanas como a aldeia Tekoá Pyaú, localizada na região do Jaraguá em São Paulo - fator que gera paroxismo se levarmos em consideração o imaginário social em relação ao que deve ser índio ou não.

Além disso, a aldeia sobre dita passa por um problema de demarcação de território que no fundo define-se pela questão: o fato de viverem numa área urbanizada e com acesso e utilização da cultura não indígena pode definir sua identidade? Trata-se, portanto, de discutir a permanência ou transformação da identidade indígena no meio social não indígena. Assim, diante da questão, podemos formular a seguinte hipótese: de que a identidade cultural, não é definida pelo isolamento, mas sim por outras ações que se revelam e se praticam num meio de troca, de dialogo e negociação cultural no qual a presença do outro não é nociva, mas sim determinante.

Há autores como Darcy Ribeiro que em seus trabalhos demonstrou uma preocupação com os índios em relação ao processo de aculturação. Para eles, os índios perderiam seus traços culturais, sendo assimilados e transformados em uma massa disforme de camponeses. Porém a estudiosa Clarice Cohn, autora que demonstra as formas que as culturas indígenas perpetuam e reconstituem sua identidade. Para ela, a reinvenção identitária nas sociedades indígenas baseia-se numa reelaboração diferenciada, ou seja, a cultura se modifica para se adaptar ao contexto social em que está inserida e, mesmo assim, não perde sua essência possibilitando sua permanência.

Diante destas questões podemos concluir que as circunstâncias do mundo não indígena sobre os habitantes de aldeias que se localizam em áreas urbanas como aldeia Tekóa Pyaú não reflete aculturação ou perda de sua identidade

Mudanças e alterações de práticas culturais podem ser utilizadas para a própria manutenção da identidade no ambiente urbanizado em que vivem. Parte-se dessa asserção com base no seguinte caso: para os guaranis o território é algo muito além da propriedade vista como um limite físico e estático, mas sim por relações simbólicas, portanto, para os guaranis o seu território ou seu espaço é o lugar onde eles reproduzem e sua cultura.

REFERÊNCIAS:

COHN, Clarice. Culturas em transformações: os índios e a civilização. São Paulo, 2001.

FARA, S Camila de. A integração precária e a resistência indígena na periferia: dissertação de mestrado ao programa de pós-graduação em geografia humana do departamento de geografia e ciências humanas da USP, 2007.

LE GOFF, Jaques. Historia e Memória. Editora da Unicamp, 2003.

RIBEIRO, Darcy. A política indigenista Brasileira. Rio de Janeiro: ministério da agricultura/ serviço de informação agrícola, 1962.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2008.

SILVA, O N Fabio. Elementos de etnografia mbyá: lideranças e grupos familiares na aldeia TEKOÁ PYAÚ: dissertação de mestrado ao programa de pós-graduação em antropologia social do departamento de antropologia da USP, 2007.

SILVA, Tomaz Tadeu Da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais, Stuart Hall, Kathryn Woodward. 7. Ed- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

SIMMEL, Georg. O dinheiro na cultura moderna. In: Jessé Souza e b. Oelze, orgs. Simmel e a modernidade. Brasília: editora da UNB, 1998.


JOSÉ LUIZ ALVES,aluno do 6º semestre de História.

Religião Afro-brasileira

O estudo das religiões afro-brasileiras tem despertado o interesse dos historiadores. Porém um dos obstáculos é que as praticas religiosas africanas são quase sempre clandestinas e a natureza secreta de alguns rituais deixou poucos registros. Mas apesar da pouca informação, sabe-se que os africanos tinham cultos que veneravam os mortos e praticavam diversas cerimônias religiosas, entre elas o acotundá, o candomblé e o calundu.

Lamentavelmente a maior parte da documentação que existe sobre esses rituais sempre foi produzida por autoridades policiais e pela política vigente, que estavam preocupados em descrever a invasão e a ocupação de terreiros, o fracasso das revoltas africana e pela autoridade da Igreja Católica, que sempre demonstrou interesse em desmoralizar a religiosidade negra reduzindo-a mera feitiçaria. Mesmo com toda essa limitação, ainda é possível através de documentos históricos, uma aproximação deste universo religioso.

O Historiador Luiz Mott, explica a pratica do acontudá, onde o mesmo afirma que essa manifestação religiosa vem sendo praticado desde o século XIII em Minas Gerais, o ritual também ficou conhecido como tunda e se realizava em casas humildes cobertas por capim, paredes de barros e de preferência sempre a beira de rios ou córregos.

“Quem mais se destacava na dança tunda ou dança diabólica era uma negra mina Caetana, moradora na vila de Goiazes, e na ocasião da dança pregava às outras pessoas e dizia que era Deus que fez o céu e a terra, as águas e pedras. Para entrarem nesta dança armavam primeiro um boneco que tinham feito com feitio de cabeça e nariz á imitação do diabo, espetado em uma ponta de ferro e com capa de pano branco que lhe cobria a cabeça e aparecia a ponta do focinho e as vistas cheias de sangue. E o punham no meio da casa, em um tapete pequeno, em cima de uma cruzes de travessos em cada ponta e umas poucas de ervas cozidas e em outras umas ervas cozidas e em outras umas ervas cruas e em outra um pouco de terra com mau cheiro[...]”

(Trecho do processo de 1747, do Tribunal do Santo Oficio, de Lisboa)

Outro ritual religioso de origem africana é o candomblé, que apresenta grande semelhança com o acotundá, e pode também ser reconhecido como xangôs do Nordeste. O altar onde o mesmo é realizado fica no interior de uma casa o santo são representados por pedras de búzios, fragmentos de pedras e um tabuleiro, ocorre à invocação do santo, se encerra em uma urna de barro.

Muitos dos elementos desses rituais do século XVIII são praticamente idênticos aos da atualidade, exemplo disso é o uso de aves, moringas, terra com odores, predominância feminina e o destaque de dançarinas e sacrifícios de animais e possessão e transe ao som de atabaques.

É importante observar a simbiose entre o rito do deus africano Courá, pois tem o mesmo nome de um dialeto africano, e o rito católico uma vez que a venera e a Sacerdotisa negra é a Nossa Senhora e o Santo Antonio. Do mesmo modo que, ao cultuar os santos católicos, os africanos estariam cultuando seus próprios santos, porém com outros nomes.

O historiador João José Reis explica o calundu através de documentos que encontrou na Bahia sobre rituais religiosos de origem jeje, que é uma tribo proveniente do antigo Daomé, atual Benin, na costa Ocidental da África, nos quais não há traços de sincretismo religioso. Os calundus são remanescentes da religião dos vudus, divindades que se incorporaram mais tarde no candomblé.

O centro cerimonial obtinha elementos que ainda hoje são utilizados no candomblé baiano como as ervas, búzios, dinheiro, aguardente. Os calundus tinham como função dar aos seus participantes de ritual, um sentido para a vida e um sentimento de segurança e proteção contra um mundo incerto e hostil.

A reforma pastoral, e as praticas dos fiéis em maio de 1702, tomou posse do arcebispado da Bahia Dom Sebastião Monteiro da Vide. Sua primeira iniciativa foi realizar visitas pastorais com o objetivo de examinar a fé e o comportamento dos fiéis.

Na assembléia constituinte baiana de 1707, foi realizado um reajuste nas leis canônicas de acordo com as circunstancias brasileiras, fortalecendo a instituição eclesiástica e para uniformizar praticas sacramentais, como o batismo e o casamento entre fiéis, independente de serem livres ou escravos.

A vida clerial a satisfação do clero brasileiro e dos fiéis, deveria de certo modo seguir os cumprimentos das normas estabelecidas por essas constituições, existia um documento eclesiástico onde o mesmo tinha um capitulo dedicado a vigários, capelães e padres, eram varias paginas que especificavam diversas proibições.

Entre essas proibições estavam as seguintes ordens e recomendações:

No batismo, os primeiros oitis dias de vida da criança, a mesma deveria ser levada a presença do pároco, pois se acreditava que os inocentes que morriam logo depois do batismo iriam para o céu, sem passar pelo purgatório.

Com relação ao sacramento no matrimonio, a Igreja passou a ter domínio estrutural nas colônias, e além do batismo e do casamento, os rituais que envolviam a morte e o enterro dos fiéis mereciam especial atenção. Pois os ritos funerários tinham tanta importância para a salvação dos mortos quanto para a segurança dos vivos. Os enterros eram organizados pelas irmandades a que o morto pertencia, não importando a classe social, as confrarias se encarregavam de lhe dar um enterro solene, sendo os outros membros da irmandade obrigados a comparecer as cerimônias fúnebres com velas, tochas e vestes especiais.

No caso das irmandades, era de direito para todos da sociedade, independente de raças, deveriam ser associações de caráter local, as irmandades auxiliavam a ação da Igreja e facilitavam a vida social, desempenhando grande numero de tarefas, muitas delas da alçada do governo, como a manutenção de asilos, orfanatos e hospitais, tendo como finalidade defender e promover a devoção de um determinado santo.

Referencia Bibliográfica

PRIORE, Mary Del.Religião e Religiosidade no Brasil Colonial.São Paulo/SP: Ed.Ática, Coleção História em Movimento. 1997.

Fonte imagem: leccofranca.blogspot.com

Maria Jussicleide da Silva Lira, aluna do 6 º semestre de História.

Literatura de Cordel: “Rei do Cangaço”

O nome Literatura de Cordel é dado às obras que são produzidas pelo povo. Essas obras não têm uma qualidade de produção artística, porém traz consigo uma difusão popular da arte folclórica. No Cordel o povo canta as crenças, os personagens, seus costumes difundindo a cultura popular.
Essa arte tem origens desde a Idade Média, chegou ao Brasil no século XVIII, com os portugueses sendo que no Nordeste do Brasil a mesma é apresentada nas feiras populares penduradas em cordões, daí a origem do nome Cordel, essa literatura é uma espécie de poesia impressa em folhetos ilustrados. É imensa a diversidade de temas que os cancioneiros abordam em seus cordéis, eles apresentam personagens históricos da cultura popular.
Lampião é um dos personagens mais recitados dentro dessa Literatura, pois sua trajetória no banditismo, fez com que os cordelistas desse a ele o crédito de herói popular e um lendário no Nordeste.
Seu nome de batismo era Virgulino Ferreira da Silva, nasceu em 1897 na comarca de Vila Bela, região do Vale de Pajéu, Estado de Pernambuco, segundo relatos sobre sua vida a quem diga que ele tinha grande interesse pelas letras. Nesse período o sertão era muito castigado por “secas” prolongadas e marcado por desigualdades sociais, a figura do Coronel representava o poder e a lei, o que levou a formação do banditismo, cujo interesse dos grupos era combater as injustiças, eram reconhecidos como bandos armados nomeados de cangaceiros. Esses cangaceiros eram contra o poder vigente dos coronéis e espalhavam medo na região. O banditismo e o cangaço é um dos temas que dentro do discurso Nortista surge como justificativa das conseqüências que a falta de investimento do Governo naquela determinada região, e com isso o nortista ou o nordestino passam a ser vistos como selvagens. E o cangaço reforça essa imagem de homem violento, de terra sem lei, onde o povo esta sobre o terror de “bandidos”, além da violência de suas oligarquias.
Existem varias controvérsias na história popular, sobre a entrada de Lampião para o banditismo, alguns contam que o pai de Lampião em um dos confrontos sociais desse coronelismo acabou sendo assassinado, despertando em Lampião o desejo de vingança e sua entrada para o cangaço, por volta de 1920, e outros acreditam que ele já fazia parte desse grupo de cangaceiros antes da morte de seu pai. O autor Hobsbawn faz uma descrição referente à entrada de Lampião para o cangaço.
“Quando ele [Lampião] tinha 17 anos, os Nogueiras expulsaram os Ferreiras da fazenda onde viviam, acusando-os falsamente de roubo. Assim começou a rixa que o levaria à marginalidade "Virgulino", recomendou alguém, "confie no divino juiz", mas ele respondeu: "O Bom Livro [A Bíblia] manda honrar pai e mãe, e se eu não defendesse nosso nome, perderia minha macheza".
Na cultura popular Nordestina Virgulino é reconhecido como o “Rei do Cangaço”, título alcançado devido as suas atrocidades. E através de atitudes desumanas aterrorizou e dominou aproximadamente seis estados do Nordeste, desafiou volantes policiais dando a eles vergonhosas derrotas. Foram muitos seus feitos, e no dia 28 de julho de 1938, chegou ao fim à trajetória do cangaceiro Lampião, que foi morto na Grota do Angico no interior de Sergipe.
Alcançar a fama e ao mesmo tempo a inimizade com a política nordestina faz de Lampião uns dos personagens mais recitados no cordel. E mesmo com sua morte, seus feitos têm sido freqüentemente temas dos romancistas, poetas, historiadores e cineastas, como fonte de inspiração para as manifestações da cultura popular, principalmente na Literatura de Cordel. Toda a atenção e sucesso do cordel ocorrem em função de ter um custo baixo e um ótimo tom humorístico, sem contar que de fato é retratado neles fatos da vida cotidiana da cidade ou da região, pois os livretos abordam assuntos como festas, política, secas, disputas, milagres, vida dos cangaceiros, atos heróicos e principalmente a religião.
No entanto existe nesse contexto uma literatura oral na qual, mitos, lendas e provérbios são passados de geração para geração oralmente. Essa literatura nem sempre tem uma autoria própria, pois é difícil reconhecer o verdadeiro autor, ainda mais sabendo que toda a estória se modifica com o passar do tempo.
Muitos historiadores e antropólogos estudam a literatura popular a fim de buscar informações sobre a cultura e a história de determinado período. Através das pesquisas, é possível tomar conhecimento das crenças, linguagem, arte, comportamento e das vestimentas de uma determinada população.

Diante da quantidade de títulos de cordel sobre a vida de Lampião, nota-se com clareza e sem duvidas o fascínio que seus feitos causaram, sejam essas histórias verdadeiras ou falsas, provando que o rei do cangaço é ídolo entre os cordelistas, e até mesmo para os próprios leitores.
Um bom exemplo da figura de Lampião como inspiração para cordelistas, são os cordéis, A Chegada de Lampião ao Céu de Rodolfo Coelho Cavalcante, e A Chegada de Lampião no Inferno de José Pacheco da Rocha.

São Pedro desconfiado
Perguntou ao valentão
Quem é você meu amigo
Que anda com este rojão?
Virgulino respondeu:
- Se não sabe quem sou eu
Vou dizer: Sou Lampião.

São Pedro se estremeceu
Quase que perdeu o tino
Sabendo que Lampião
Era um terrível assassino
Respondeu balbuciando
O senhor...está...falando
Com. São Pedro... Virgulino!
(A Chegada de Lampião no Céu, estrofes II e III)

Lampião é um bandido
Ladrão da honestidade
Só vem desmoralizar
A minha propriedade
E eu [o diabo] não vou procurar
Sarna para me coçar
Sem haver necessidade
(A Chegada de Lampião no Inferno, estrofe XII)

Contudo a literatura de cordel tornou-se um veiculo de expressão na cultura popular, refazendo trajetórias de personagens através de um olhar nordestino, que expõe o modo de vida do povo do Nordeste tratando-se do sistema vigente onde se constrói o sentimento de contestação.
A manifestação da arte nesse universo popular, vem na Literatura de Cordel onde oferece aos historiadores a liberdade de refletir sobre forma tão simples de representar o mundo e desvendar uma identidade através do passado e de buscas nas histórias orais para compreender as entre linhas.
Isso tudo porque o povo quando sofre com o sistema político e com seu habitat, ele desenvolve automaticamente maneiras diferentes de dar sentido a vida mesmo tão sofrida e busca uma tentativa de recuperar dignidade, que por vezes tem o abandono das autoridades. E com isso a negação do que de fato real, o povo quer se vingar daquele que se identifica como opressor daí a literatura de cordel entra como meio de transmitir o sofrimento, mas sempre de modo artístico, fazendo com que no imaginário existam condições de lutar e de corromper o inimigo. E muitas das vezes dentro desse desenvolvimento do imaginário cordelista, a morte e vida se confundem e representam uma coisa só.
Prova disso é que se torna obvio para o cordel recitado pelo nordestino, o cangaceiro Lampião como herói, onde ele pode destruir o inferno desafiando a autoridade que é o diabo, e sobe ao céu para ter com São Pedro sem demonstrar reverencia ou até mesmo medo. Entende-se do mesmo modo que esse é um meio de se negar muitas vezes a realidade opressora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOBBSBAWM, E. J. Bandidos. Rio de Janeiro/RJ: Forense Universitária, 1975.

CUNHA, Euclides. Os Sertões. São Paulo: Ed. Record, 2000.

ARAÚJO, Antonio Amaury Correa de. Assim morreu Lampião. São Paulo: Traço, 1982.

Fontes de um documentário da TV cultura.

Fonte imagem:
http://www.lendo.org/o-que-e-literatura-de-cordel-autores-obras/

Cintia Conceição dos Santos, aluna do 6º semestre de História.

A tecnologia na escola e o ensino de História.

Com o decorrer dos avanços científico - tecnológicos vivemos hoje no século XXI, uma realidade diferente em nosso cotidiano, em que a tecnologia se faz presente de diversas maneiras e com múltiplas utilidades.

Levemos esse pensamento para a escola, para que possamos perceber o que modificou tecnologicamente nos últimos 30 anos; perceberemos que houve mudança como a inserção de computadores, máquinas xerocopiadoras, aparelhos audiovisuais, entre outros. Mas os métodos de ensino e a didática aplicada foram pouco influenciados por essa mudança, em que muitas vezes o corpo docente permanece tendo como único recurso didático a lousa e o giz por diversos motivos, podendo ser a falta de meios para utilizar outros recursos na unidade escolar; ou a própria falta de conhecimento por parte do educador, de outros recursos didáticos e de como aplicá-los em seu auxilio.

Entretanto, nos deparamos com o cenário social que a maioria dos jovens e crianças possui acesso e habilidade com os recursos tecnológicos, o principal deles é a internet. Tem se hoje um aluno que possui um conhecimento, que nem seja mínimo sobre essas tecnologias, pois os aplicativos como jogos virtuais e Youtube são diversão para eles, mesmo porque a acessibilidade a essa tecnologia é facilitada pelo aumento dos estabelecimentos de Lan House’s.

Então pensamos na realidade do aluno e o conhecimento dele trazido da sociedade; comparamos agora com o método tradicional dos recursos didáticos. Chegaremos à conclusão que aulas aplicadas por vezes podem não ser interessantes a esses alunos, os recursos usados sejam insuficientes para captar a atenção e envolve-los com o conteúdo das aulas, afastando a aderência do aluno no objetivo a ser alcançado pela competência docente que é atribuir o conhecimento em situações concretas para que possa ser utilizado fora dela.

Temos que utilizar os benefícios e as facilidades trazidas pela tecnologia e assimilá-los como recurso de trabalho o inteirando como currículo oculto, através da interação e mediação, explanando as representações sociais e princípios metodológicos de pesquisa em sala de aula, fazendo do ensino de História uma disciplina formadora da cidadania e da moral. Assim, usando esses recursos também com um elo entre o cotidiano social dos alunos e a vida escolar. Trazendo um pouco da realidade do aluno para a sala de aula, com o intuito de cativar o interesse e proporcionar o desenvolvimento escolar do aluno.

Com essa aproximação o aluno poderá perceber que a História pode partir do seu cotidiano, que ele faz parte dela aprendendo a quebrar a visão positivista, compreendendo que a História não se trata de uma coleção de datas e grandes personagens, mas que nasce através da ação humana, valorizando a investigação do passado e permitindo a crítica do mesmo devido às inquietações do presente, que o ensino da disciplina de História é favorável para a construção de uma sociedade crítica e construtiva, concedendo ao educador o papel de transferir e fixar as identidades através dos métodos pedagógicos e didáticos, abordando a noção de cidadania, deveres e direitos, fazendo da escola um ambiente de construção de identidades sociais.

Referências bibliográficas:

BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo, Cortez, 2005.

KARNAL, Leandro (org). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo, Contexto, 2003.

Fonte da imagem: especializaoemnovastecnologias.blogspot.com

Marcilene Lúcia da Silva, aluna do 6º Semestre de História.

CICLO IDEOLÓGICO E AS ORIGENS DO DESENVOLVIMENTISMO 1930-45

A História do pensamento econômico é definida por Schumpeter em sua obra history of economic thought como a “soma total das opiniões e desejos referentes a assuntos econômicos especialmente relativos à política governamental que, em determinado tempo e lugar, pertencem ao espírito público”. Esse texto tem como objetivo aborda o pensamento econômico brasileiro de 30, e as origens do ciclo ideológico do desenvolvimentismo.

A década de 30 é marcada por uma grande crise do sistema capitalista, que foi desencadeada pela quebra da bolsa de Nova York em 1929. No Brasil esse acontecimento vai contribuir para o surgimento da chamada “República Nova”, marca de uma ruptura institucional, e quebra da hegemonia oligárquica da política do café com leite. O país começa a tomar um rumo para a modernização, podemos dizer que é o início da implantação do sistema industrial.

Esse período é a gênese da ideologia econômica do desenvolvimentismo, que tem como projeto a industrialização integral, como forma de superar o atraso e a pobreza dos brasileiros. Podemos dividir esse conjunto de idéias em três correntes:

a) No setor privado nos deparamos como uma corrente de economistas que assumem uma posição antiliberal e desenvolvimentista. Eles eram favoráveis ao apoio estatal à acumulação privada e tinham posições diversas sobre o grau de intervenção estatal.

b) No setor público existia uma corrente, que por não existir outro termo podemos chamar de “não nacionalista”. Os economistas dessa corrente eram favoráveis ao apoio estatal à industrialização, mas tinha uma posição de preferir soluções privadas nos casos de disputas de inversões estatais. O contraste dessa vertente, com os “nacionalistas” é que demonstravam uma inclinação por políticas de estabilização monetária.

c) Igualmente no setor público encontrava-se uma corrente de desenvolvimentistas “nacionalistas”. Esses economistas defendiam inversões estatais em setores considerados estratégicos para a continuidade do processo de industrialização, como a mineração, energia, transporte, telecomunicações, entre outros. O termo nacionalista é explicado pela sua proposta alternativa à estatal de investimentos estrangeiros, dada a frágil estrutura do capital nacional.

Desenvolvimentismo pioneiro de Roberto Simonsen

Roberto Simonsen nasceu em Santos no dia 18 de fevereiro de 1889, e morreu no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1948. Filho de Sidney Martin Simonsen e Robertina Cochrane Simonsen. Foi engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político e economista, considerado o maior líder industrial brasileiro. Um grande ideólogo do desenvolvimentismo, ele se Inseriu na vida política nacional através dos postos de comando que assumiu nas entidades representativas do empresariado Industrial. Foi vice-presidente do centro Industrial de São Paulo, Foi presidente da Confederação de São Paulo em 1933 e 1936, entre outros órgãos.

O Pensamento de Simonsen não abrange o centro do debate do desenvolvimentismo que ocorre nos anos de 1945-64. Porém sua importância está no legado ideológico que deixou após sua morte em 1948, sua formulação teórica ainda se situa em um vazio teórico, compreensível nos países subdesenvolvidos.

São os seguintes elementos que estruturaram o seu pensamento desenvolvimentista: A industrialização era a forma de superar a pobreza brasileira, ele acreditava na reestruturação das economias latino-americanas, e no apoio governamental para o desenvolvimento da indústria.

O desenvolvimentismo foi um ciclo ideológico que pretendia salvar o país da crise e do atraso. Suas contribuições foram a modernização da economia e o desenvolvimento industrial.

Bibliografia:

BIESLCHOWSKY, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro: ciclo ideológico do desenvolvimentismo. – 4 ed. Rio de Janeiro: contraponto. 2000

SIMONSEN, Roberto Cochane, 1889-1948. Evolução Industrial do Brasil e outros estudos; seleção, notas e bibliografia de Edgar Carone. São Paulo, Editora Nacional e Editora da USP, 1973.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995, 2ª edição.

Fonte imagem: cinedidatico.zip.net

Texto de André José Lopes,6º semestre de História

Queda do Império e Proclamação da República do Brasil: Um novo olhar historiográfico a partir de 1930

A partir da Proclamação da República em 1889, houve diversas bases explicativas para a queda do Império, assim, as versões se explicavam nas tensões relativas ao Estado e a Igreja, as questões militares e republicanas e a abolição da escravatura, que se antecede em um ano em relação à instauração do regime republicano. Partindo desse pressuposto, o texto visa enfatizar as novas versões que se puseram para a queda do Império a partir da década de 30, se configurando num revisionismo historiográfico apontado por Emília Viotti da Costa em sua obra Da Monarquia à República, logo, o que se discutirá aqui não se baseia num desconstrutivismo historiográfico exacerbado, nem na promoção do significante trabalho da historiadora, mas sim no exercício pleno do ato de fazer História: que compara, estabelece divergências, esmiuça o período histórico e suas fontes, para a partir deste alcançar a objetividade da História em relação a memória que foi construída ao longo do tempo. Em temáticas que envolvem um contexto político exacerbado, uma econômia em transição e uma sociedade em tranformação, toma-se como exemplo a proposta do texto, esse debate é extremamente indispensável para a construção do conhecimento histórico e a consistência da prática reflexiva.

Em 1930 modificaram-se a perspectiva do historiador, devido as tranformações econômicas e sociais ocorridas no mundo e no Brasil nesse período de transição do final do século XIX e na primeira metade do XX. Partindo desse panorama, Emília Viotti discute a queda da Monarquia e o advento da República.

“A partir de 1930, quando se inaugurou um novo período da vida política do país, a história [do Brasil] passou a ser vista de forma inteiramente nova. A crise política de 1929 e a consequênte desorganização da economia cafeeira, suporte do Império e da Primeira República, o processo de industrialização, a urbanização com seu cortejo de influências, a ascensão lenta e progressiva da classe média, a formação do proletariado, os progressos do capitalismo industrial modificaram a perspectiva do historiador.” [VIOTTI, 2008, p. 453]

No olhar tradicional, a questão religiosa tendo em vista a tensão entre Estado e Igreja, é vista como uma das causas do esfacelamento da monarquia devido a influência da religião maçônica do imperador que se choca com a Igreja, quando a instituição ostenta em frear os cultos religiosos que não fossem adeptos do catolicismo. Esse embate do imperador, que desobedece a ordem da instituição religiosa através do beneplácido e das prisões dos bispos, o coloca em “conflito” com a população ocasionando um desgaste em seu governo. No entanto, segundo Viotti as tensões entre Estado e Igreja já vinham ocorrendo desde os tempos da Colônia e que se fosse tão definitiva teria ocasionado a queda da Monarquia num período bem anterior, e ressalta também que a própria Igreja já era dividida, contendo padres e irmãos maçons, adeptos tanto da monarquia quanto do republicanismo.

Nas questões militares com a vitória na Guerra do Paraguai, o exército ganha popularidade, porém não recebe o reconhecimento político que esperava, ocasionando mais um desgaste com o regime imperial. Não obstante, de antemão o exército já vinha entrando em conflito com a monarquia antes da eclosão da Guerra do Paraguai. Assim, não explica fervorosamente a queda do regime. Temos também a questão do republicanismo vigente em 1870, que instituiu o manifesto republicano com o ideal de disseminar o ideário antimonárquico pelo país, porém Viotti elucida que os grupos republicanos eram em parte a minoria -mas a autora não nega sua importância-, dizendo que o partido revolucionário mesmo em menor quantidade, foi capaz de exercer trasformações significativas, mas também não pôde exercer um papel exorbitante no processo aqui discutido.

Por fim, após a abolição da escravatura em 1888, o Império perdeu seus principais aliados: os cafeicultores que dependiam da mão-de-obra escrava para a produtividade de seus cafezais. Viotti aponta que esses fazendeiros respondiam pelos setores menos dinâmicos da sociedade e que em sua minoria não poderam responder pela queda do regime, atém porque o pólo mais dinânimo dos fazendeiros haviam aderido a industrialização.

É sábido que todas as transformações ocasionadas pela industrialização e a consequênte desorganização da economia cafeeira, fez o Brasil mudar sua estrutura rapidamente, e assim como debate Viotti, o Império não soube se articular e preponderar sobre essas questões, nesse caso sim ocasionando seu desgaste em sua estrutura governamental. A abolição da escravatura, por exemplo, veio dar um golpe de morte numa estrutura colonial de produção. A monaqruia não atendia as necessidades do mundo em tranformação, logo, aderir ao novo foi o ato preponderante que se articula com o debate historiográfico que instituiu uma nova formulação para o processo em questão. O historiador Boris Fausto em História do Brasil chega a apontar as tranformações socioeconômicas como origem do novo regime e do advento de novos grupos sociais, mas em seu livro de cunho didático, ainda prevalece a discussão teórica a acerca das temáticas tradicionais apresentadas acima.

COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: UNESP, 2007.

FAUSTO, Boris. A Regência (1831-1840): A crise do Segundo Reinado. In: História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. pp. 217-235.


Fonte da imagem:http://almanaquenoah.blogspot.com/2008/11/monarquia-e-repblica-nas-caricaturas-de.html

Aluna: Valquíria de Oliveira Carvalho, aluna do 6º semestre de História.

A CONSTRUÇÃO DO HERÓI NORTE-AMERICANO E SEUS INIMIGOS


O imperialismo político norte-americano se utiliza de todos os meios possíveis e muitas vezes impossíveis para legitimar sua postura de “heróis do mundo”, com o intuito de introduzir a ideologia norte-americana em outros povos, uma maneira de submeter o “outro”, em uma relação de poder e dominação[1], sem se preocupar com suas possíveis conseqüências sócio-culturais. Com isso ocorre a construção de imagens reducionistas e fragmentadas de culturas e sociedades, possivelmente servindo tanto a uma política intervencionista, quanto a um imperialismo político. E estas culturas que são representadas, por não terem como combater este imperialismo político vestem estas “alegorias” e tentam enfrentá-lo transfigurando-se numa unidade dialética, um sustentando a existência do outro.

Uma das maiores preocupações estadunidenses é com relação à região assim denominada “Oriente Médio”, pois ao longo do século XX através dos avanços do capitalismo industrial e financeiro esta região se destacou como posição estratégica, pois seu petróleo passou a ser vital para a sobrevivência das sociedades indústrias Ocidentais[2], manter a ordem e o equilíbrio tanto político, quanto militar neste ambiente de diversidade étnica passou a ser prioridade dentro da “ordem econômica mundial”; e como base, ou auxilio de uma crescente atividade comercial, militar e diplomática a serviço deste imperialismo político são criadas representações e introduzidas, por meio do cinema, no imaginário coletivo acerca do “Oriente Médio”.

Quando alguma sociedade (cultura) contraria algum interesse deste imperialismo político, ele transforma esta sociedade em “vilões mundiais” através da difusão do “caos e do medo” por meio de representações fragmentadas tendo como um dos meios de difusão o cinema, estas produções ajudam a criar no imaginário coletivo um propósito geral de manter as pessoas mobilizadas e enraivecidas contra um “inimigo” que se apresenta com face difusa. Hoje o enfoque ideológico está na demonização de um inimigo desconhecido que não possui nacionalidade e chama-se “terrorismo”, e a ideologia norte americana apropriada nesta linguagem é difundida através desta “narrativa visual” (cinema), e é introduzida no nosso imaginário.

A importância de uma discussão neste âmbito, ao analisar as produções culturais não como um mero entretenimento, mas como uma construção ideológica, está na reflexão sobre como as representações dominam o sujeito moldando suas ações; e da “incapacidade” que temos de analisar e intercambiar idéias no âmbito de um mundo predominantemente estruturado no discurso “moderno” de “civilizar”. Ao praticar este exercício de reflexão, talvez possamos compreender como essas representações possam dar base aos interesses deste Imperialismo Político, a ponto de “orientar” a “ótica” de outros povos a se ajustarem em moldes cada vez mais padronizados a favor desta política intervencionista ou, no entanto a se omitirem diante da ação estadunidense.


[1] SAID, Edward W. Orientalismo: O oriente como invenção do ocidente. São Paulo, Companhia de Bolso, 2003.

[2] Gelfuso, Fernando- As Tensões no Oriente médio e a Guerra no Afeganistão- São Paulo: Ediouro, 2002


Fonte da imagem:http://www.osvigaristas.com.br/imagens/politica/vicio-do-tio-sam-5157.html

Leandro Batista da Silva,aluno do 6º semestre de História.

Motivação no Ensino de História

Um dos grandes problemas vistos nas escolas é a falta de motivação no ensino de História, tanto do professor para o aluno como vice – versa. Uma das principais dificuldades no ensino de História é o fato do aluno não se ver como sujeito histórico. De acordo com a Revista Nova Escola, o ensino vem sendo trabalhado apenas a partir da visão dos heróis, em meio a esse contexto os documentos eram vistos como verdade absoluta (a exemplo dos positivistas), o que ocasionou o distanciamento dos alunos das temáticas aplicadas.

Ana Rita Martins em seu artigo para a Revista Nova Escola, apresenta como outras dificuldades o que eles classificam como mitos pedagógicos, como exemplo, o mito da “decoreba” momento em q eu o aluno pratica a reprodução do material didático; a linearidade no ensino de história, pois há falta do contexto histórico a cerca do tema abordado, ou seja, o aluno não tem a noção do todo, e assim a temática é trabalhada como um fato isolado.

Mesmo com essas iniciativas dos órgãos responsáveis pela educação o professor ainda se vê limitado no que fala sobre o acesso, por exemplo, aos materiais didático-pedagógicos. Após a leitura do artigo: Criatividade no trabalho docente segundo professores de história: Limites e possibilidades - Maria de Fátima Magalhães Mariani; Eunice Maria Lima Soriano de Alencar – vimos que o professor ao tentar sanar essas dificuldades enfrenta um processo burocrático que o impede de executar sua função com êxito, e consequentemente a desmotivação dos professores. A relação aluno – professor que a cada dia torna – se mais conflituosa; a sobrecarga de trabalho, que causa a falta de planejamento das aulas, e a burocratização no sistema educacional, que prejudica o desenvolvimento de atividades diferenciadas. É possível perceber que o fator que impede um maior desenvolvimento educacional no que se refere à motivação e criatividade está na falta do trabalho em conjunto entre Estado, pais e professores, pois há uma falta de estruturação, que remete a falta de recursos didáticos, a carga horária elevada, à falta de participação/ausência dos pais, elementos esses que dificultam o planejamento do professor ocasionando a desmotivação tanto do aluno como do professor, impedindo que ambos cheguem ao melhor aproveitamento da expressão criativa

É notável que para o êxito no incentivo ao estudo de História se faz necessário a valorização e autonomia do professor; a interdisciplinaridade; a contribuição dos pais com o intuito de incentivar os filhos ao estudo através do acompanhamento e aberto a discussão de novos métodos didáticos. Sendo assim, para que se tenha um ensino de História eficaz se faz necessário levar em conta tanto os fatores internos, quanto os externos, para professores e alunos.

Referências:

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. (org.) O Saber histórico em sala de aula. 2a ed. São Paulo, Contexto, 1998

MARIANI, Maria de Fátima Magalhães; ALENCAR, Eunice Maria Lima Soriano de. Criatividade no trabalho docente segundo professores de história: Limites e possibilidades. Artigo (Universidade Católica de Brasília), 2005.

http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572005000100003.

MARTINS, Ana Rita. Panoramas e Perspectivas, passado e presente, juntos, página 72 a 79. Revista Nova Escola, dezembro de 2008.

Cristina Barbosa da Silva,aluna do 6º semestre de História.


Avanço ou retrocesso? Introdução da modernidade na cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX.


Ao analisarmos o contexto da modernização introduzida na cidade do Rio de Janeiro em fins do século XIX e começo do XX, nos colocamos diante de todas as peculiaridades do dia-a-dia das variadas classes sociais que aos poucos foram se transformando devido ao surto moderno; de forma a nos remetermos ao passado e tomarmos consciência de que o processo de modernização foi um decurso no qual nos primeiros anos transformou a cidade do Rio em duas cidades, ao mesmo tempo, pois ao ser estabelecido uma nova ordem, um novo padrão urbanístico, totalmente racional e técnico, se obteve como conseqüência uma mudança significativa na estrutura da sociedade e em sua cultura.

“graças a essa intensificação dos laços neocoloniais e ao prodigioso afluxo de riquezas decorrentes, alguns subiam na escala social e outros, literalmente, subiam expulsos para os morros da cidade” (p.541).

Se torna evidente que essa sociedade a qual obtinham a ascensão social através dos laços mantidos com os países que praticavam certo domínio sobre os mesmos, estava inserida em um processo ao qual eram desejosos de levar o país a um grau de modernização a qualquer custo, desta forma surgia aos poucos uma nova sociedade, a qual ia se sintonizando cada vez mais e com mais intensidade, através da introdução da tecnologia, fica visível compreendermos uma mudança comportamental acelerada nesta sociedade. Nesse período vai haver um surto imigratório jamais visto, tornando as relações frias, e com uma dificuldade muito grande de demonstrar afeto, uma preocupação com o tempo e uma sincronização com o ritmo da nova tecnologia.

Ao passo que vão sendo incorporados vários hábitos e costumes, os quais a partir dessa modernização começaram então fazer parte do cotidiano das pessoas, como a preocupação com hábitos saudáveis, do tipo banhos de mar, banhos de sol, caminhadas, exercícios físicos, higiene pessoal e de ordem sanitária. Como conseqüência dessa nova mentalidade a respeito da saúde, percebemos uma mudança de valores, a idéia de saúde passa ser primordial, seguida do padrão de limpeza e padrão estético da beleza, a partir dessa mudança de valores podemos compreender o porque essa idéia de duas cidades dentro da capital do Rio de janeiro, logo seguindo os padrões de limpeza, beleza e estética encontramos a justificativa para a expurgação da população para os morros.

A avenida central se tornara o cartão postal do Rio, tudo dava um ar de luxo, o intitulado glamour vindo da Europa; de uma hora para outra a antiga cidade simplesmente desapareceu, logo nos remete as políticas aplicadas na questão sanitária, e com essas uma invasão da privacidade, de lares e corpos.

decreto 1905 determinava que todo o indivíduo recolhido à casa de detenção fosse imediatamente vacinado e revacinado” (p.572).

E como resposta a política sanitária que expulsa a população, que fora uma população totalmente despossuída, surge um surto o qual foi chamado de Revolta da Vacina.

Por fim, torna-se válido ressaltar que essa onda de modernidade a qual poderia ostentar o prestígio e o poder dessas elites emergentes, como por exemplo: o telefone, o automóvel, a obrigatoriedade do cinema ao passo de manter-se esse reconhecimento social, seriam primordiais para manutenção de poder, afinal o cinema Hollywoodiano e mais tarde a televisão eram e atualmente continuam sendo, os grandes agentes da introdução da cultura de massa e do processo de consumo.

“a modernidade, afinal de contas chegava diferente, em proporções imensamente desiguais, mas atingia a todos” (p. 611).

SEVCENKO, Nicolau. A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio In:______. História da vida privada no Brasil vol. 3. (pp. 513-619)

Fonte da imagem:http://www.jblog.com.br/media/41/20071228-03011903%20-%20blog%20capa%201.jpg

Autora: Vera Lúcia Agra Asevedo, aluna do 6º semestre de História.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A ESCRAVIDÃO NEGRA EM DEBATE

Em a "Escravidão Negra em debate", publicada em 1977, pela Editora José Olympio, apresenta atravês da historiadora Suely Robles Reis de Queirós uma discussão sobre a polêmica da historiografica caracteristica do sistema escravista brasileiro e o enfoque condicionado a influências ideologicas dos varios autores. Esta tese que se apresenta pela autora atravês da grande obra de Gilberto Freire " Casa Grande e Senzala" e outros grandes autores da época abordando a doçura nas relações de senhores com escravos domésticos no Brasil comparando assim com a de outros paises escravocratas. A discussão toma um sentido bastante importante sobre a escravidão nos paises onde foi implantada levantando os seus costumes, as vantagens e desvanagens economicas e os seus problemas sociais nas sociedades escravocratas da época, compreendida atravês de um resultado material e intelectual com problemas economicos, sociais, politicos e ideologicos.

A caracteristica do sistema escravista era visto como violento e cruel por alguns e por outros como brando e benevolente.

Gilberto Freire difunde sua idéia ignorando os limites do Brasil indo muito mais alêm e alcançando muitos estudiosos estrangeiros como por exemplo, Oliveira Viana e Nina Rodrigues que viam no negro a sua inferioridade e a sua contribuição negativa para a formação do povo brasileiro. Atravês da miscigenação ocorrida no pais, Freire explica concebendo-lhes uma sociedade paternalista onde a familia patriarcal teria sido base para este sistema escravista atravês da introdução das familias portuguesas no brasil predominado assim a empatia entre as raças e a amenidade na relação senhor - escravo explicando assim as miscigenações pecualiares ao do escravismo americano.

Segundo Gilberto Freire, a escravidão brasileira teria sido moderada e os cativos eram os mais felizes do Brasil patriarcal do que na Africa Negra. Temos de considerar que no Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos.

As idéias de Freire num primeiro momento não são contestadas e reforçavam assim os mitos de brandura do senhor, más apartir dos anos 50 uma nova concepção dos estudos revitalizou opondo-se as idéias de Freire mudando a historiografia da escravidão. Podemos citar alguns autores que divergiam da tese de Gilberto Freire, como por exemplo: Florestan Fernandes, Otávio Lanni, Emília Viotti da Costa, Fernando Henrrique Cardoso. Para estes autores a escravidão era uma pedra basilar no processo de acumulação do capital instuida para sustentar icones do capitalismo comercial ( o mercado e o lucro ). Fernando Henrrique realizou uma análise estrutural das relações sociais no escravismo, reafirmando que pessoas comuns não faziam Historia.

Muitos destes pontos de vistas eram reforçados por Jacob Gorender em sua obra " O escravismo Colonial" onde centralizava a sua explicativa na atividade exportadora propondo um novo modelo de produção escravista colonial para explicar o escravismo no brasil.

Apartir dos anos 80, uma nova corrente historiografica surge onde aproximava as idéias de Gilberto Freire com as idéias de Jacob Gorender o que se chamara de neopatriarcalismo. A escravidão assim teria um caracter concensual que negava a coisificação e seria assim aceita pela grande maioria dos cativos.

Um outro estudo que a autora nos apresenta na obra é sobre os estudiosos da demografia histórica onde conseguem assim mostrar uma analise da população cativa em varios municipios brasileiros apontando neles uma frequência expressiva de famílias escravas. A desproporção entre os sexos certamente contribuia para dificultar as uniões em um regime onde o escravo nunca havia se conformado. A separação forçada tambêm teria sido um dos grandes obstaculos para a vida dos escravos porêm muitos viajantes negavam a formação de familias escravas, más o certo é que a hiostoriografia brasileira sempre admitiu a existência das uniões entre os negros estabelecendo assim laços de afetividade indo alêm da promiscuidade sexual.

A Conclusão a que chegamos segundo a prôpria autora, é que a intenção não era romantizar a escravidão, mas evidenciar que a escravidão não destruia os laços de solidariedade entre os escravos, e que havia ainda um espaço de resistência por parte dos escravos e contradições dentro do sistema, já que a família também era um instrumento de controle social. Acredito que essa visão das senzalas estava presente no momento de tombamento dessas fazendas, o que pode ter levado a sua total exclusão, e continua fazendo parte do discurso apresentado ainda hoje. É muito importante ressaltar que a maioria desses estudos apontavam a promiscuidade sexual em que viviam os escravos e a impossibilidade da existência da família escrava e tinham como fonte de seus argumentos os depoimentos feitos por pessoas brancas, principalmente dos viajantes estrangeiros.

Bibliográfia

QUEIROZ, Suely Robles Reis de . Escravidão negra em debate: um estudo das tensões provocadas pelo escravismo no século XIX. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977


Bibliográfia Complementar

Pinsky, Jaime. A Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 1989


Imagem: Escravas descansando após o trabalho, Rio de Janeiro. (Jean-Victor Frond)

Fonte:http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/escravos/imagens.htm

Marcelo Aparecido Gomes Ferreira , aluno do 6º semestre de História,campus Dutra