domingo, 27 de dezembro de 2009


Aos meus alunos e a todos os visitantes,

Desejo que o Ano de 2010 seja locupleto de realizações.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Nascimento do Annales (1ª Geração)

No dia 15 de janeiro de 1929 nasce a Annales d´ histoire economique et sociale, uma revista de história idealizada por Lucien Febvre e Marc Bloch. Esta revista tem como objetivo trazer uma nova visão do que é história e como o modo de fazer história deve mudar.
Seus fundadores, assim como outros historiadores da época, cansados de ver a história contada por interesses através da política, guerras e de indivíduos e seus feitos, se propõem em trazer uma nova visão: a história como problema.
O século XIX é marcado por movimentos de especializações, onde nascem as ciências. Para isso são muito utilizados métodos rígidos que fazem das ciências e seus profissionais, especialidades e especialistas fechados em si. Este é o período do positivismo e da metódica, que antecede aos Annales.
Com isso a história se afirma como ciência, ganha reconhecimento e profissionais especializados, ganha seu método, mas ao mesmo tempo perde, porque estes métodos reforçam que a história seja feita através de documentos oficiais.
Febvre e Bloch não têm esta visão fechada da história, e tanto um como o outro acredita na interdisciplinaridade. Febvre sente-se muito atraído pela geografia e Bloch pela sociologia, mas ambos sabem e fazem questão de trazer para a história outras ciências sociais, acreditam que desta forma irão enriquecer o conhecimento histórico e quebrar barreiras.
Portanto ao fundar a revista dos Annales juntos de Febvre e Bloch estão: historiadores, antigos e modernos, mas também um geógrafo (Albert Demangeon), um sociólogo (Maurice Halbwachs), um economista (Charles Rist) e um cientista político (André Siegried). (Burke, 1997, P33).
O movimento do Annales não apenas se propôs a mudar a visão da história, como também se tornou história.
O interesse dos Annales por uma história problema e de acrescentar também outras ciências sociais ao mundo da historiografia abre a oportunidade de se pensar a história por novos olhares, dando importância e utilidades para outros documentos, os não oficiais, como monumentos, relatos, fontes orais, crendices populares e o que conhecemos por iconografia.
Incorporando todas essas ciências sociais e aumentando as fontes trabalhadas, todos que desejavam uma nova história, participantes do movimento dos Annales ou até mesmo anteriores a este, com certeza se sentiram mais satisfeitos, pois a história estava aberta e sem preconceitos para a chamada história das mentalidades.
O interesse por estudar mentalidades, assim como psicologia histórica, já era desejada desde muito tempo antes de Febvre e Bloch, porém para a história oficial estes interesses eram vistos relativamente como marginal. Mas Bloch foi pioneiro ao se interessar por estudar a crença muito difundida na idade média dos reis que curavam doentes apenas com um toque (Burke, 1997, P28).
Este com certeza foi um estudo com a temática voltada para as mentalidades, e, portanto Bloch foi criticado, pois ousava em estudar algo que para história oficial não tem importância.
Muitos foram os preconceitos, as críticas e obstáculos ao movimento dos Annales, mas a determinação e o esforço de seus fundadores fez dos Annales, um movimento historiográfico cada vez mais crescente com muito sucesso desde seu início, pois foi inovador e corajoso.
Lucien Febvre e Marc Bloch mantiveram sua ideologia sempre viva, a tal modo que os Annales ganham mais duas gerações após sua fundação.
Essas novas gerações são conhecidas com A Era de Braudel e a terceira geração, que continuam a seguir os passos da primeira que é justamente inovar a história.
A contribuição dos Annales para a humanidade sem sombra de dúvidas foi tão extensa que de fato pode se dizer que foi um marco de uma nova era, onde a história que é o estudo de fatos realizados pelo homem desde seu surgimento no planeta até hoje ganha finalmente a merecida liberdade para analisar sem interesses de poderosos (História Oficial) seu objeto de estudo: O Homem.

Bibliografia

BURKE, Peter A Escola dos Annales (1929-1989): A Revolução Francesa da historiografia. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

CARDOSO, Ciro F. Uma Introdução a História. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.


Texto produzido por Maria Cristina Freitas, aluna do 2º Semestre do Campus de Itaquaquecetuba.

O Candomblé no Brasil

O Candomblé é o culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro - brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha, Cuba, mas foi no Brasil que está maravilhosa religião a qual faço parte que se fortaleceu. A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás,Inquices,Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888.“A partir da década de 1960 conheceram significativo reavivamento religiões tradicionais, entre elas as religiões dos orixás constituídas na América, verificando-se a grande expansão do candomblé, que na Bahia se alastrou por todo território brasileiro, e da santeria cubana, agora também cultivada nos Estados Unidos, sobretudo entre os imigrantes hispano-americanos.Isso fez proliferar as publicações sobre as religiões dos orixás” (grifo nosso).Isso mostra que realmente o Candomblé, se alastrou pelo mundo a partir dos anos 60Através das informações adquirida, pelo meu Babalorixá Senhor Odé Taió, e pela pesquisa feita por nós no livro Mitologia dos Orixás do autor Reginaldo Prandi (2001), que durante toda a iniciação dos Babalaôs ou Pais do segredo, no qual são submetidos para o exercícios da atividade oracular, o Babalaô aprende essas histórias primordiais que relatam fatos do passado que se repetem a cada dia na vida dos homens e mulheres.Onde todos que já são iniciados a Babalorixá ou Yalorixá, podem jogar o seu oracular do jogo de búzios; tanto o senhor Ode Taió quanto o livro do autor Reginaldo Prandi(2001), fala que o próprio orixá Orunmilá (Deus do oráculo) foi sendo esquecido passando a Exu a ocupar o papel central na pratica oracular do jogo de búzios. O candomblé e o culto aos orixás os quais representam as forças da natureza, nos seus ritos e cultos em todo o mundo, gostaria de dar, dois exemplos destes orixás. Oxóssi orixa que representa a caça para erã (carne) para a mesa dos homens o qual também e responsável por abrir caminho pelas florestas e matas serradas onde podemos dizer que este orixá (oxóssi) é o grande caçador. Ossaim orixá filho de Nanã o qual vem ser o senhor das folhas, da ciência e das ervas, orixá que conhece o segredo da cura através das folhas e raízes encontradas na nossa natureza, e o mistério da vida, onde podemos dizer que tanto no ritual como diariamente usamos os conhecimentos adquiridos por este orixá.

Bibliografia:PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás – São Paulo: Companhia das Letras, 2001.


Texto produzido por Robson Faria Soares e Maria Márcia da Silva Amorim, alunos do 2º Semestre do campus de Itaquaquecetuba.

Aos Monitores da Disciplina de Tecnologia

Aos alunos:



2º Semestre do Campus Dutra: Eric Lacerda Farina.

2º semestre Campus Itaquaquecetuba Alex Meusburguer.

6 º Semestre Campus Dutra Rodrigo Madureira Ribeiro.

6º Semestre Campus Itaquaquecetuba André Castanho Furlan.



O meus mais sinceros agradecimentos!!!!

O impacto do homem de Neanderthal, na sociedade atual em relação as divulgações em revistas científicas e literaturas

Esta pesquisa tem o intuito de demonstrar outro olhar em relação às pesquisas de historiografia e a sua utilização como conceitos deliberadamente firmados em um conhecimento fundado em diversos campos do saber, ou seríamos talvez forçados a aceitar as imposições, mesmo às vezes, notoriamente errôneas, contudo, com a ajuda da mídia e de nenhuma renovação nos conhecimentos de pesquisa, levantamos com isso a seguinte questão: “Qual o impacto do homem de Neandertal, na sociedade atual em relação a divulgações em revistas cientificas e literaturas de estudos históricos?

A imposição ideológica da aceitação de uma única perspectiva sobre “teorias” em relação ao surgimento e desenvolvimento do homem nos relatos históricos, mesmo podendo existir escolhas entre pesquisas cientificas em relação a um mesmo assunto, muitas das vezes por uma imposição ilusionista, através de divulgações mediante o poder da mídia, com forte influência relevante conforme a um possível interesse próprio, acaba sucumbindo à visão da sociedade, quase que por submissão.
Na idade média, ocorreu uma forte repreensão em relação a pesquisas científicas, todo o conhecimento, em certo período, era vinculado aos mosteiros, qualquer que se levantasse contra, os pensamentos da igreja, era ridicularizado, censurado e, às vezes, acabava dizimado pela “santa” inquisição, entre tantos fatos conhecidos podemos citar o caso de Galileu Galilei, onde suas descobertas científicas, o levaram ao seu julgamento e condenação.
Sendo assim, este trabalho tem o intuito de afirmar que em alguns casos, referente a pesquisas históricas, nós estamos vivendo na atualidade uma moderna inquisição histórica, científica e sociológica.
O intuito dessa pesquisa, focando em um período na história da humanidade, onde a soberba envolvida por uma obscura e soberana “sabedoria”, até os dias atuais se tem, por muitos historiadores, como a única hipótese do surgimento e do desenvolvimento (ou evolução) do homem, como “verdade absoluta”, este é o período pré-histórico, em específico o período paleolítico.
Trataremos em relação do homem de Neanderthal, e pesquisas antigas e atuais a respeito desse achado arqueológico e a sua utilização no ensino na atualidade.
Primeiramente, será que em todos os tipos de pesquisa poderíamos insistir na possibilidade da inexistência de uma verdade absoluta?
Seriam possíveis, as pesquisas nos ramos científicos, terem forte impacto influente nas pesquisas históricas? Se tiverem quais seriam as conseqüências?
Onde muitas vezes somos impulsionados pela advertência de que nunca se pode legitimar nenhuma hipótese, pois não se tem conhecimento de um possível real absoluto, porém, esta afirmação por si mesma se torna um real absoluto, mostrando assim a hipocrisia no confronto a um novo conhecimento. Pode-se negar a existência do real, porém, ironicamente, deve-se admitir a existência de inúmeras mentiras absolutas, onde se apresenta uma longa distância, entre teoria histórica próxima de uma verdade concreta e outra ideologicamente e propositalmente errônea e enganosa, onde na maioria dos casos, esta ultima não traz consigo nenhum embasamento empírico.
Entre tantos historiadores dedicados aos métodos de pesquisa nos estudos históricos, utilizaremos nesta pesquisa, uma obra de March Bloch intitulada de “Apologia da História, ou, O ofício do historiador”.
Bloch (2001, p.69) nos diz que “O historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda (...) das eras que nos precederam, só poderíamos, portanto falar segundo testemunhas”. Tendo esse procedimento bem estabelecido, será esse nosso pré-requisito como fundamentação base de nossa pesquisa, tendo como base do período paleolítico a obra de Gordon Childe intitulada “O que aconteceu na história”.
Geralmente, quando nos referimos ao estudo de hominídeos, devido ao senso comum, costumeiramente interpretamos como homens de aspectos totalmente selvagens e de todo o tipo de incapacidade que se pode imaginar, porém, ao realizarmos uma minuciosa leitura da obra de Gordon Childe, em relação à civilização dos Neandertais, observamos todo um complexo de sociedade desses hominídeos, em aspectos culturais e econômicos, Childe (1981, p. 37) mostra-nos que “apesar de seu corpo primitivo, necessitam também de uma cultura espiritual”, exemplificando isso com uma consagração aos parentes mortos, com ritos fúnebres, façamos uma observação, onde está a selvageria? Sobretudo no parágrafo anterior Childe (1981) apresenta os neandertais sem nenhuma definição biológica, sem codificação de DNA, como podemos ser convictos de que realmente esses neandertais são de gênero humano?
Ceram (1967, p. 30) faz um questionamento interessante dizendo “Quem de nós quebra a cabeça para saber onde o autor da legenda obteve esse conhecimento”. (relacionado ao achado arqueológico como imagens, esculturas, consideramos também os “supostos” fósseis hominídeos), e quando a comparação é feita por pedaços de ossos com comparação subjetiva e imaginária, com isso vale apena lembrar a observação feita por Bacon (1999, p.33) onde o autor esclarece que “O homem, ministro e intérprete da natureza, faz e entende tanto quanto constata, pela observação dos fatos ou pelo trabalho da mente, sobre a ordem da natureza; não sabe nem pode mais”.
Mesmo com observações na história, e em outros campos da ciência, ainda se propagou, e continua a exposição do Neandertal, tanto em literatura acadêmica e didática, porém, se resultados de pesquisas cientificas já constataram a fraude desse suposto antepassado, voltamos a exaltar a pergunta feita anteriormente, Seriam possíveis, as pesquisas nos ramos científicos, terem forte impacto influente nas pesquisas históricas? Se tiverem quais seriam as conseqüências?
Faremos aqui uma referência a uma publicação da revista Nature de agosto de 2004, encontra-se uma afirmação de um comitê da universidade de Frankfurt, sobre várias fraudes referentes ao professor de antropologia Reiner Rudolph Robert Von Zieten, sendo obrigado a renunciar sua cadeira após o ocorrido. Porém, porque o intuito de citar esse acontecimento, porque, esse mesmo professor era responsável pela datação do crânio de Paderborn, um dos achados mais importantes em relação aos neandertais, era datado, segundo Zieten, de 27, 400 anos, quando realmente se tratava de um crânio do século 18.
São esses os tipos de evidências, que os cientistas dizem que possuem sobre as antigas civilizações pré-históricas, sendo que na realidade são “evidências imaginárias”, e o incrível é observarmos historiadores aceitando esse tipo de evidência, quando não foi isso que March Bloch nos relata em sua obra.
Com isso, o referente trabalho tem por intenção, de expor a seguinte conclusão, a partir das definições dos teóricos da história, pela utilização dos diversos campos da ciência e, sobretudo a razão lógica dos fatos, devemos admitir que, se esse estudo dos antepassados pré-históricos tem como objetivo revelar a origem do homem, um homem de pensamento científico poderia afirmar uma suposta evolução de espécie, um homem religioso poderia afirmar uma existência de um Deus criador, contudo, o historiador sob este aspecto de estudo, deve apenas se pronunciar da seguinte forma: “Não sabemos”, demonstrando assim os limites do historiador, não a sua incapacidade, mas a sua sinceridade diante dos fatos apresentados, com isso a História permanece como ciência, fora disso transforma-se em produto ilusório da sociedade.



Bibliografia utilizada:
CHILDE, Gordon. O que aconteceu na história. 5.ed. São Paulo; Zahar Editores, 1981.
CERAM, C.W. Deuses, túmulos e sábios. São Paulo; Círculo do livro, 1967.
BACON, Francis. Novum organum. São Paulo; Abril cultural, 1973.
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. São Paulo; Jorge Zahar, 2002.



Texto produzido pelo aluno Antonio Francisco da Silva Filho, 2º semestre do Campus Dutra.

A Semana de Arte do século XX e o modernismo

Oficialmente o movimento modernista brasileiro inicia-se a partir do século XX, com três festivais realizados no Teatro Municipal de São Paulo. Representou um grande paço na arte contemporânea do Brasil, criou-se um novo conceito de poesia através da declamação, inovação na música com concertos, pinturas, esculturas e desenhos arquitetônicos, com correntes estéticas vindas da Europa no início do século.
O evento trouxe a quebra entre o velho e o novo, contando com o apoio da nata da sociedade paulista, mas toda essa inovação dispertou interesse e estranheza por parte do público, causando vaias da platéia enquanto Menotti Del Picchia apresentava a intenção e os objetivos do evento. O país naquele momento, vivia uma gradativa industrialização e em particular na cidade de São Paulo. Havia um começo de bem estar, sensação de euforia por parte dos jovens intelectuais brasileiros, por conta das festividades do Centenário da Independência.
A participação dos artistas na pintura contou com a presença de: Di Cavalcanti (autor da capa do trabalho), Anita Malfatti, Vicente Rego Monteiro, Zina Aita, John Graz, Martins Ribeiro, J.F.de Almeida Prado, Ferrignac e Hildegardo leão Velloso. Na volta dos estudos realizados na Europa, a pintora Tarsila do Amaral participa mais tarde ao grupo. Música: compositor Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novais como interprete.
Arquitetura: Antônio Moyá e Georg Przirembel.
Toda essa ebulição artística e de cunho intelectual, trouxe positivamente um amadurecimento para as artes nacionais, dispertando os artistas para uma nova ideologia. Porém, Oswald de Andrade, apresentou-se debaixo de muitas vaias, Mario de Andrade, declamou a Paulicéia desvairada, também reprovado por parte da platéia. Anteriormente a Semana de 22, Lasar Segall (1913) e Anita Malfatti (1917), apresentaram suas exposições com severas críticas de Monteiro Lobato no artigo Paranóia ou Mistificação? A reação dos jovens foi imediata ao modelo acadêmico, a cópia e aos hábitos seguidos pela burguesia.
A Semana de arte de 22, com todos os seus contratempos, favoreceu a renovação no sentido nacionalista e configurou em vários movimentos e manifestos importantes rendendo até os dias de hoje para a valorização do que é nosso.


Referências
AMARAL, A. Aracy. Artes Plásticas na Semana de 22.5.ed.São Paulo:Editora 34,1998.336p.Disponível em:< http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=LHuZVkUgsP8C&oi=fnd&pg=PA9&dq=artes+plásticas+na+semana+de+22&ots=o0wygTAqfP&sig=pqBpDxgLSoO1> acesso em:5 nov.2009,15:00.

http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_frame.htm

Fonte Iconográfica: Semana de arte de 22, Disponível em < http://www.dicavalcanti.com.br/dec20.htm > Acesso em: 5 de Nov.2009,18:00.

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=3758


http://forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/.rede/arte-e-patrimonio/projetos-1/projeto-1/arte-brasileira-50-anos-de-historia-no-acervo-mac-usp-1/


PEDROSO,Maraialice Faria;Bitterncourt,Circe (org.).Dicionário das Datas da História do Brasil.São Paulo:Editora Contexto,2007,304p.Distponível em: < http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=KDxd0XpIXJwC&oi=fnd&pg=PA51&dq=related:DhfmNpAsOW4J:scholar.google.com/&ots=6Yr0bw6cqD&sig=ZbdLI-0ErAvDwRqCVyGNjXcFqPw#v=onepage&q=&f=false > acesso em:5nov.2009,17:00.


Texto produzido por Elaine Lopes Penteado Fachin, aluna do 2º Semestre do Campus Dutra.

Sociedade de consumo

Vivemos em um tempo, em que o homem moderno é consumido pela velocidade da vida em busca do “progresso”.
Se limita a busca pelo sucesso e a vencer o outro.
O homem moderno se torna vítima de seus próprios desejos.
Nessa sociedade de consumo na qual vivemos, cria-se um ideal de felicidade, onde a felicidade se encontra no maior número de bens materiais que podem ser adquiridos, subentende-se que uma pessoa sem posses materiais não pode ser feliz.
Com esse ideal de felicidade e a busca incessante da realização do desejo, o homem moderno passa a buscar bens materiais para se satisfazer, ocorre portanto um mascaramento da felicidade, onde o indivíduo ao consumir estes produtos não se sente realizado, pois os meios de comunicação e a mídia sendo elas produtos do capitalismo, criam necessidades de consumo, como por exemplo a moda, assim ao consumir tais produtos podem saciar seus desejos apenas momentaneamente.
Como disse Theodor Adorno, filósofo, professor, escritor e compositor alemão, (1903-1969), “criando necessidades ao consumidor (que deve contentar-se com o que lhe é oferecido), a indústria cultural organiza-se para que ele compreenda a sua condição de mero consumidor”. Ou seja, ele é apenas e tão somente um objeto daquela indústria.
Cria-se, portanto uma felicidade artificial. Felicidade que é forjada nas academias, vitrines, shoppings centers, cirurgias plásticas e etc.
O homem moderno é prisioneiro do sistema que criou, como Winston, personagem central da obra 1984, de George Orwell, o homem passa a viver uma vida desprovida de sentido.
Seguindo o pensamento do escritor Irlandês, Oscar Wilde, (1854-1900), “Assim, atravessam a vida numa espécie rude de conforto, como animais domesticados, sem jamais se darem conta de que estão pensando pensamentos alheios, vivendo segundo padrões alheios, vestindo praticamente o que se pode chamar de roupas usadas do alheio, sem nunca serem eles mesmos por um único momento”.(pág.39)
Seu tempo livre e de lazer torna-se momento de consumo, para fugir do dia a dia.
O ser humano pára de penar filosoficamente e deixa de existir a sua criticidade, tornando a dominação de uma sociedade como essa mais fácil.
O escritor italiano Luigi Pirandello (1867-1936) disse, “que o fruto da engenhosidade da raça humana é na verdade criação do diabo”. Utilizando a sedução irresistível, o egoísmo e a ambição por status dos seres humanos, alcança o objetivo diabólico de gerar o caos nas cidades, o congestionamento das vias, a impossibilidade de estacionar, tudo seguido da paralisação urbana.
O homem moderno com tudo isso só consegui trocar a sua antes liberdade, assim como delegou a sua felicidade por estabilidade monetária e a não responsabilidade de decisões que interferem diretamente na sua própria vida.

Referências bibliográficas:
Huxley, Aldous, “Admirável mundo novo”. Editora: Globo 2007.
Orwell, George, “1984”. Editora: Nacional, 2009.
Wilde, Oscar, “A ama do homem sob o socialismo”. Editora: L&PM Pocket, Porto Alegre, 2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_W._Adorno
Acessado 28/11/209, 20:01 min.


Texto produzido por Pierre Pinto Bittencourt, aluno do 2º Semestre do Campus Jabaquara.

A produção de "gado" continua a crescer no Brasil

Bem, a princípio o título deste Post pode até parecer não ter qualquer ligação com a História, mas em seu conteúdo procurarei traçar alguns paralelos, que talvez dêem alguma pista dessa ligação, tendo como foco a Educação. A Educação no Brasil continua abandonada e carente de projetos que a vincule a um caráter de emancipar o aluno, nos moldes apregoados e realçados por Paulo Freire em seu "Pedagogia da Autonomia".Alías, convém fazer uma ressalva, projetos existem e até aos montes, contudo não para propiciar a superação e transformação do atual "status quo", tanto da educação como da própria sociedade que está inserida.Com efeito, o único projeto que se mostra "competente" até aqui, é aquele que mantém a base histórica e clássica de uma educação dualista, que agora se esconde por trás do discurso de uma pseudo-inclusão social.Não se trata apenas de questionar a sistemática política e econômica mundial vigente, principalmente após o impacto do colapso do socialismo soviético e da penetração da economia de mercado até mesmo na China.De fato, até mesmo Cuba já acena com alguma possibilidade dessa abertura, diante da sua fragilização interna e da "sedutora" oferta do efeito Obama nos EUA.Na verdade, em se tratando de educação, ainda mais a básica, o embate ideológico parece inevitável no Brasil, que procura se portar como um novo baluarte dessa atual realidade socioeconômica e política do mundo.Para tanto nossos inigualáveis governantes e autoridades são capazes de pregar ao mundo esse nosso novo "status" de potência mundial, mesmo que, sob o prisma de bases exploratórias que outrora tanto questionaram e que, no entanto, permanecem imutáveis.Enquanto isso, internamente, continuam a ceder espaço para interesses de organizações empresariais, que desde sempre estiveram na crista da onda da economia e da política nacional, que permanecem no topo do poder.A Educação nesse ponto é apenas um joguete, ou mais do que isso, um hábil instrumento, mesmo porque, a classe média, enquanto pôde pagar teve a sua escola, a igreja sempre teve a sua escola e, agora, a indústria devidamente equipada por trás do SESC, e de seu presidente Paulo Skaf, apresenta a sua mais nova escola.
Notem que, todas esbanjando investimentos, inclusive do dinheiro público, por meio de isenções e incentivos fiscais, além de tecnologia de ponta, estrutura e, é claro,prometendo muita, mas muita produtividade.Enquanto isso a escola pública de base continua seu calvário mais que secular, que em determinado momento, pensou-se poderia mudar, quando uma "empobrecida" classe média apresentava sua grita por investimentos públicos que os deixassem "tranquilos"(inclusive no próprio bolso)em ver seus filhos nela matriculados.Contudo, talvez agora cansados, ou mais provavelmente convencidos, de que uma escola pública assim tão auspiciosa, poderia colocar em xeque todo o seu projeto elitista e hegemônico de dominação, resolveram continuar pagando (e bem) o estudo seletivo e especial que lhe é oferecido por particulares e, como sempre, pelo próprio Estado.Assim uma USP da vida, pelo menos enquanto permanecer sua alta qualidade, continuará sendo o "point" dessas elites, desenvolvendo seus projetos científicos com consagrações até no exterior, mas que em nada procura modificar a situação da maior parte da população, que é vista apenas como cobaia desses estudos e como tal, assim como ratos de laboratórios "devem" continuar como e onde estão.No mesmo sentido, para aqueles que, pela própria falta de espaço continuarem a cursar Universidades pagas e "especiais" , sempre haverá a possibilidade de uma MBA no exterior, cuja semelhança com aquela possibilidade de formação de alguns filhos de grandes fazendeiros do império e do início da república tupiniquim, não me parece assim tão distante.Todavia, o discurso é o de que hoje todos podem, que os competentes se estabelecerão, só resta saber, a quem se deixará chegar a ser competente e qual o grau dessa competência "permitida".Outrossim, parece oportuno lembrar de um texto que li do Professor Paul Singer, que alerta para o fato de que os próprios, que como ele, são defensores de uma educação democrática e social, deixam em seu discurso lacunas, que os oponentes liberais não cansam de explorar.De tal sorte que, a massa de seguidores e defensores do sistema vigente, continua a ser incrementada também por aqueles que, na falta de opção, são obrigados a trilhar uniformemente esse caminho que os põe na verdade no mesmo lugar de sempre, sustentando a mais valia para poucos, sem contar do controle sob intelecto alheio.Assim, nesse contexto não me parece que o título deste Post esteja assim tão dissociado de um significado histórico, tanto que, concluindo, creio também oportuno lembrar o grande Zé Ramalho num trecho da sua bela canção "Admirável Gado Novo" sobre essa questão de "gado":"Povo marcadoÊh! Povo feliz!..."

Referências:FREIRE, Paulo. "Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". São Paulo: Paz e Terra,1996.SINGER, Paul. texto produzido na Conferência de abertura da XVIII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, outubro de 1995. Disponível em: http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE01/RBDE01_03_PAUL_SINGER.pdf - acessado em 28/10/09

Texto produzido por Sandro Luis de Santana, 2º Semestre do Campus Jabaquara.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mais um ano chega ao fim.É tempo de fazer um balanço de tudo o que aconteceu.É tempo de transformarmos:os momentos bons em novas energias, entusiasmo e principalmente esperança de todo que os nossos sonhos vão se realizar!os momentos maus em um lembretes para não cometermos novamente os mesmos erros no ano que vem.os momentos difíceis serem peças fundamentais de que tudo na vida passa e que esses momentos no futuro nos ajude a terem momentos felizes.É tempo de agradecermos a Deus por todos os momentos felizes que tivemos!




Feliz Natal e um Excelente Ano Novo!




(Professores e Diretoria do Curso de História)






sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A reconstrução do debate sobre cotas

Nos últimos anos tem muito se discutido sobre a reserva de cotas para diferentes grupos sociais.
O sistema de cotas está introduzido no conceito de ação afirmativa surgido nos Estados Unidos na década de 1960. É uma medida governamental que visa atender determinados grupos sociais à margem da sociedade, visando acelerar a inclusão social dos mesmos, com a idéia de justiça social e intuito de diminuir a discrepância entre a raça “negra” e outros grupos raciais, nos últimos anos vem sido proposto à introdução de uma porcentagem mínima de estudantes negros nas universidades brasileiras.
O debate tem se estendido por diversas camadas da sociedade, por diversos veículos de comunicações e personalidades, acadêmicos, famosos e até cidadãos comuns. As opiniões diferem e muitas vezes se assemelham, com fundamentos ou infundadas, a favor ou contra as cotas. Torna-se evidente que o debate sobre as cotas está cada vez mais presente em nossa realidade em boa parte da sociedade.
O debate abrange muitos temas, dentre eles o racismo, diferenças de classes, inconstitucionalidade, dívida da sociedade em relação aos negros e seu passado de escravidão, entre outros.
O principal argumento das pessoas que são a favor das cotas é de que “As desigualdades são graves e, ao afetarem a capacidade de inserção dos negros na sociedade brasileira, comprometem o projeto de construção de um país democrático e com oportunidades iguais para todos. Apresentam-se em diferentes momentos do ciclo de vida do indivíduo, desde a saúde na infância, passando pelo acesso à educação e cristalizando-se no mercado de trabalho e, por conseqüência, no valor dos rendimentos obtidos e nas condições de vida como um todo. Está presente na diferença entre brancos e negros em termos de acesso à justiça.” (Desigualdades raciais no Brasil: síntese de indicadores e desafios no campo das políticas públicas, Rosana Heringer). Em muitos casos aparece a alegação de que todos temos uma “dívida” com os negros devido ao passado de explorações aos negros através da escravidão, e que as cotas seriam uma maneira de realizar essa “justiça social”, “O Brasil foi o último país do mundo a abolir o trabalho escravo de pessoas de origem africana, em 1888, após ter recebido, ao longo de mais de três séculos, cerca de quatro milhões de africanos como escravos. Embora nenhuma forma de segregação tenha sido imposta após a abolição, os ex-escravos tornaram-se, de maneira geral, marginalizados em relação ao sistema econômico vigente.” (Desigualdades raciais no Brasil: síntese de indicadores e desafios no campo das políticas públicas, Rosana Heringer).
Em contra partida as pessoas que são contra as cotas, argumentam principalmente com a hipótese de que as cotas aumentariam o preconceito, a segregação, exaltaria o conceito de raça dividiria o Brasil em duas, negra e branca. Essa polarização de raças aumentaria o preconceito, pois o Brasil é uma sociedade híbrida, onde predomina a miscigenação, diferente de outros países como os E.U.A e África do Sul por exemplo, onde houve um racismo bem mais assumido, e os países foram separados em duas raças, negros e brancos, portanto, nesses países sim a Ação afirmativa é válida. “ações afirmativas em prol da “população negra”, rompem não só com o a-racismo e o anti-racismo tradicionais, mas também com a forte ideologia que define o Brasil como país da mistura, ou como preferia Gilberto Freyre, do hibridismo. Ações afirmativas implicam, evidentemente, imaginar o Brasil composto não de infinitas misturas, mas de grupos estanques: os que têm e os que não têm direito à ação afirmativa, no caso em questão, “negros” e “brancos”...” (A persistência da raça, Peter Fry).
Realmente os índices comprovam que entre os negros estão em sua maioria nas camadas sociais mais baixas, e que os brancos predominam na classe sociais mais elevadas, entretanto as cotas da maneira como têm sido impostas, não são a solução para a desigualdade entre negros e brancos. Assim como Peter Fry acredito ser perigoso qualquer tipo de política que exalte a raça, exaltar a raça aumentaria a segregação em um país onde todos somos misturados, onde descendemos de índios, negros e brancos, e da mistura pacífica, ou não deles. No Brasil não há um problema racial, e sim social, portanto, se a maioria dos negros estão nas camadas inferiores, sou a favor de uma política de cotas para os pobres, assim, haveria uma política que beneficiaria a população negra e os mais pobres, não exaltaria a raça, não dividiria o país em dois, aumentando a segregação, e haveria justiça social.

Bibliografia:

FRY, Peter. A persistência da raça: Ensaios Antropológicos sobre o Brasil e a África Austral. Civilização Brasileira, 2005.
HERINGER, Rosana. Desigualdades raciais no Brasil: síntese de indicadores e desafios no campo das políticas públicas, Centro de Estudos Afro-Brasileiros, Instituto de Humanidades, Universidade Cândido Mendes.
GOMES, Fábio. S. Cotas para Negros: Justiça Social ou Segregação?. O Jornal, Batatais – São Paulo, 2009.
KAMEL, Ali. Aos congressistas, uma carta sobre cotas. Jornal O Globo, 16 de Novembro de 2004.


Texto desenvolvido por Geovane Jardim Viana, aluno do 6º Semestre de Itaquaquecetuba.

Música nos Anos de Chumbo

A música do compositor Chico Buarque “Apesar de você”, foi elaborada em meados da década de 1960 e 1970, período em que vigorava o Regime Militar, com isso nos da a possibilidade de identificar se o conteúdo da música, correspondia aos fatos históricos da época.
A escolha por trabalhar com música surgiu por ser uma das artes que pede sensibilidade a um dos nossos sentidos, este por sua vez, não menos importante que os demais, porém fundamentalmente essencial, a audição. A motivação da escolha se dá, por seu momento histórico.
No período da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), muitos foram os protestos elaborados para criticarem o regime imposto aos brasileiros. Protestos através do teatro, cinema, e a música, estas ficaram conhecidas como canções de protesto.
O golpe de 1964 fora executado para aparentemente livrar o país da corrupção e do comunismo, e assim restaurar a democracia, mas o novo regime instaurado iniciou mudanças nas instituições do país, e estes decretos, em especifico o Ato Institucional n5 (AI-5) fica marcado pelo modo agressivo na censura dos meios de comunicações.
O AI-5 não teve prazo de vigência, durou até 1979. Pelo AI-5, era possível suspender direitos políticos, assim como demitir ou aposentar servidores públicos. A censura aos meios de comunicações, a tortura passou a fazer parte dos métodos do governo. Todos que agiam contra o Regime Militar, eram punidos severamente, muitos com a própria vida.
Levando em conta o momento político, econômico e histórico do Brasil na década de 1960 e 1970, várias pessoas foram obrigadas a deixar o país naquele período, dentre elas, muitos artistas que com suas obras, mesmo que de maneira sutil, foram consideradas subversivas pelo Regime Militar. O mesmo ocorreu compositor Chico Buarque. Após voltar do exílio em 1970, compôs a música “Apesar de Você” que é tema deste trabalho.
A música “Apesar de Você”, contrário ao que muitos acreditavam ou acreditam se tratar de uma música de amor, por sua frase- “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”, na verdade é um grande protesto político.
Com isso, é possível analisar que a música “Apesar de Você” discute em forma poética, o protesto político referente ao período vigente da época, por mencionar, algo como: “Hoje você é quem manda, falou ta falado não tem discussão”, ou seja, o compositor consegue retratar o modo que os militares com seu autoritarismo manipularam o país. No desfecho dessa obra, injeta ironia ao mencionar que esta censura, irá acabar e os militares irão arcar com todo sofrimento imposto à população.
O compositor com sua música não tinha somente a intenção de opor-se a censura cultural imposta pelo Regime Militar, e sim também, a intenção de atingir as massas, para que estas pudessem perceber a repressão neste processo político autoritário.


Bibliografia

www.facasper.com.br/cultura/site/ensaio
vilamulher.terra.com.br › ... › Blog

Fonte Iconográfica:discodobrasil.com.br

SANTANA, Affonso Romano de. A Musica contra O silêncio. Ex. Música popular e moderna Poesia Brasileira Vozes. Petrópolis 1978


Texto desenvolvido por Helenita Gomes Ferreira, aluna do 6º Semestre do Campus de Itaquaquecetuba.

Capitães de Areia: uma abrodagem reflexiva

A utilização desta obra se deu pela relevância que o autor Jorge Amado tem neste período, sendo um material muito rico para fazer uma abordagem com problematizações presentes tanto na sociedade quanto relatado no livro, buscando meios para relativizar e identificar as passagens pertinentes, além de trabalhar com a interdisciplinaridade.
Contudo, o livro traz em pauta muitos problemas sociais, relações conflituosas entre órgãos governamentais, além de conflitos individuais, todavia iremos nos pautar na “Imprensa Amarela”, e depois modificada para “Imprensa Marrom”, somente para não estendermos por demais o assunto e compreendermos qual a importância deste veículo como instrumento difusor de pensamentos, ideologias e conceitos sobre determinados assuntos.
As fontes e metodologia utilizadas num primeiro momento são as seguintes: o livro Capitães de Areia, o próprio livro didático, estudo sobre vida e obra de Jorge Amado, estudo sobre o regionalismo presente na região nordeste do país e documentos correlatos ao tema.
Para melhor entendimento do percurso que seguirá este trabalho segue um breve resumo tanto da vida do autor, do regionalismo e do livro:
Jorge Amado nasceu em Itabuna, região cacaueira da Bahia, em 1912, fez seus primeiros estudos em Ilhéus e formou-se em Direito no Rio de Janeiro. Colaborou na imprensa, estreando na literatura em 1932, com o País do Carnaval. Participou ativamente da luta política do país, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, sendo preso e, como outros prisioneiros políticos, submetido a humilhações na prisão. Posteriormente foi eleito deputado, pelo PCB, mas perdeu seu cargo, pois o partido foi considerado ilegal. Mudou-se então para o exterior, época em que visitou vários países socialistas.
Jorge Amado é o grande representante do regionalismo baiano. Suas obras apresentam uma linguagem “incorreta” e simples – pois ele retrata o falar do povo – e um conteúdo humano e social cheio de elementos folclóricos, de tradições e crenças da Bahia. Criou tipos marginalizados, utilizando-se deles para analisar toda a sociedade.
Esta literatura regionalista surge para registrar a psicologia, a fala e o mundo dos excluídos, extirpados do centro do Brasil, procurando transmitir suas emoções, os fatos da vida atual e a realidade do país de uma forma mais livre. Percebe-se um vocabulário cheio de expressões coloquiais, traduzindo a fala típica brasileira, versos livres e estilo conciso.
Trata-se de uma fase de construção, com idéias literárias inovadoras e de muita produtividade, principalmente na prosa e poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, tanto fora do país (Depressão Econômica, Nazismo e Segunda Guerra Mundial) como aqui dentro do Brasil (Ditadura de Getúlio Vargas e Estado Novo).
O livro trata especificamente de um grupo de meninos de rua que vive num trapiche abandonado e são conhecidos como Capitães da Areia, o autor cita o seguinte em suas considerações sobre a obra (AMADO, 1937, p.396):

“[...] Não são um bando surgido ao acaso, coisa passageira na vida da cidade. É um fenômeno permanente, nascido da fome que se abate sobre as classes pobres. Aumenta diariamente o número de crianças abandonadas. Os jornais noticiam constantes malfeitos desses meninos que têm como único corretivo as surras da polícia, os maus tratos sucessivos. Parecem pequenos ratos agressivos, sem medo de coisa alguma, de choro fácil e falso, de inteligência ativíssima, soltos de língua, conhecendo toas as misérias do mundo numa época em que as crianças ricas ainda criam cachos e pensam que os filhos vêm de Paris no bico de uma cegonha.[...] Vivem pelo areal do cais, por sob as pontes, nas portas dos casarões, pedem esmolas, fazem recados, agora conduzem americanos ao mangue. São vítimas, um problema que a caridade dos bons de coração não resolve. [...] Os Capitães da Areia continuam a existir. Crescem e vão embora, mas já muitos outros tomaram os lugares vagos. Só matando a fome dos pais pode-se arrancar à desgraçada vida essas crianças sem infância, sem brinquedos, sem carinhos maternais, sem escola, sem lar e sem comida [...]”

A obra se divide em três partes, antes de iniciar a primeira parte no entanto, há uma sequência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam Salvador.
Os personagens principais são: O padre José Pedro, Don’Aninha (mãe de Santo), Pedro Bala, Volta Seca, Professor, gato, Dalva, Sem-Pernas, João Grande, Querido-de-Deus e Pirulito.
A primeira parte é especificamente o envolvimento dos meninos com um carrossel mambembe que chegou à cidade, exercendo seu poder infantil. A varíola ataca a cidade e mesmo com o auxílio do Padre José Pedro que vai contra a lei para auxiliá-los, um dos personagens morre.
A segunda parte trata da história de amor que surge quando a menina Dora torna-se a primeira Capitã da Areia. Apesar de inicialmente tentarem tomá-la a força, ela se torna uma espécie de mãe e irmã para todo grupo e tanto Pedro Bala e Professor se apaixonam por ela. O homossexualismo também é comum entre o grupo.
A terceira parte é a desintegração dos líderes, relatando a história individual de cada membro dos Capitães da Areia, justificando suas escolhas individuais e praticamente justificando suas escolhas por meio de suas características pessoais.
Por meio da perspectiva cultural é possível dar vida a uma relação social existente no período da obra, baseado especificamente em um trabalho interdisciplinar e uma articulação com o texto da obra, período histórico, autor e estilo literário, fazendo uma associação rica e trabalhando com outras fontes, tão importantes quanto os documentos.
O mais interessante é que por meio das reportagens constantes no livro é possível resgatar parte de uma história local.
O trabalho é árduo, pois toda obra são fortemente enraizados pelo seu autor, mas isto não tira a possibilidade de fazer um trabalho historiográfico importantíssimo para se compreender a sociedade e os problemas sociais.
Isto demonstra que é possível explicar e delinear os processos históricos, através do diálogo entre as fontes culturais e os debates historiográficos.
O papel do profissional é legitimar e explicar os momentos históricos, em busca da construção destas idéias e descontruí-las e remontá-las novamente.
Este não é um fim, apenas o início de uma pesquisa que deve ser tratada com muito cuidado, pois a Imprensa é um veículo bastante difundido em várias classes sociais e por diversos motivos, e nem por isso, deve ser tratado somente por um viés e sim receber um tratamento mais amplo, para se conhecer a fundo suas particularidades e objetivos.





Bibliografia

AMADO, Jorge, 1912-2001. Capitães da Areia; posfácio de Milton Hatoum – 1ª edição de bolso. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
CÂNDIDO, Antônio. O processo de 30 e suas conseqüências, parte do Simpósio sobre a Revolução de 1930 no RS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: ERUS, 1983.
LAJOLO, Marisa. “Regionalismo e História da Literatura: Quem é o Vilão da História?”. In: Historiografia brasileira em perspectiva / Marcos Cezar de Freitas (org.) 6.ed., 1ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 1998.



Texto desenvolvido por Fernanda da Silva Lira e Marcos Antonio Barreto. Alunos do 6º Semestre do Campus de Itaquaquecetuba.

A História de Um Afro-brasileiro dentre muitos

Este texto objetiva fazer uma síntese sobre o rap, e em particular da letra da música dos Racionais MC’s “Negro Drama” do cd “Nada como um dia após o outro dia” de (2002), escrita pelos os integrantes do grupo: Mano Brown e Edy Rock. Essa obra musical é considerada uma obra-prima , é o verdadeiro discurso dos negros brasileiros excluídos e sem perspectivas. Trata-se de um estilo musical oriundo do movimento hip-hop que tem na essência do rap a tradução de uma ideologia que consiste na autovalorização da juventude negra dos bairros periféricos dos grandes centros urbanos, que denunciam a violência, a exclusão social, e o racismo e a música “Negro Drama” é mais uma nesse contexto a explorar o assunto.
O tema escolhido através da música dos Racionais foi relevante, pois Mano Brown carregado de muita profundidade lírica expõe na letra “Negro Drama” sua experiência em relação ao sistema, que se remete na mesma situação da maioria dos negros do Brasil, herança essa de um passado escravocrata de um Brasil Colonial que ainda perdura nos dias de hoje e que num passado não muito recente se manifestou através do Apartheid dentre outros movimentos segregativos que se assolaram no mundo.
O ensino da História no Brasil tem negligenciado a África, a cultura negra e os afros-descendentes. O Brasil recebeu aproximadamente a metade dos africanos escravizados e traficados pelo mundo. Durante o período colonial relações econômicas e políticas aproximavam África e Brasil, aproximação que foi modificada ao longo do século XIX e início do século XX, por uma política que ainda reflete nesta negligência e que opera uma tentativa de desconexão entre africanos e brasileiros, que resultou no abandono e menosprezo pelos afros-descendentes. O rap foi uma das vertentes que resgatou a auto-estima e reconectou o Brasil da África, especialmente nos mais jovens, com um tom de protesto e manifesto. Nessa música observam-se os caminhos que sobram para o negro do Brasil como o crime, o futebol e a música esses dois últimos com uma grande exigência de talento caso contrário esse jovem correrá o risco nas estatísticas do crime. Brown menciona muito a figura da mãe que é idolatrada na composição devido a todo esforço que fez em prol do seu filho (Mano Brown). Há de se ressaltar também que esta música denota uma ideologia de superação, perseverança e conquista, sem fazer qualquer tipo de concessão para almejar ao objetivo traçado. A música “Negro Drama” através do rap é mais uma das manifestações sociais que ratifica todo esse processo e nos mostra toda uma História que o Brasil se negou a dizer, e a experiência de Mano Brown e companhia é mais uma dentre milhões de casos com negros pelo mundo, uns com um final feliz e outros com um final terminado em lágrimas, mas que infelizmente ainda existe, e essa música dos Racionais expõem muito bem esses dois lados.

REFERÊNCIAS
FERRÉZ, Capão Pecado, São Paulo: Labortexto Editorial, 2000.
HOBSBAWM, Eric J. História social do Jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
CHAUÍ, Marilena O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 2ª ed 2008.
Revista Showbizz São Paulo: ed junho. 1998.
Revista Caros Amigos São Paulo: ed janeiro. 1998.
Revista Carta Capital. São Paulo: ed setembro. 2004.


Texto desenvolvido por Fábio Alexandre Pereira da Silva, 6º semestre, Campus Itaquaquecetuba.

Parabéns aos formandos da Primeira Turma de História do Campus Itaquaquecetuba



"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só, leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso..."

Antoine de Saint-Exupêry


As palavras de Saint- Exupêry resumem perfeitamente o sentimento que construi com cada um de vocês.

Já estou chorando, de novo.

Amo Vocês !!!!!!!

Fabiana Moutinho

Parabéns aos formandos do 6º Semestre do Campus Dutra.


Uma longa etapa foi concluída com muita garra e o futuro abre as portas para uma nova caminhada.Renovam-se as esperanças em seu coração.Entre sorrisos e lágrimas brilha uma grande e sublime felicidade.

Com Carinho, seus
Professores.

O Comunismo e as consequências do poder

Seria muito simples definir o comunismo como uma fatalidade dialética, enumerando os fatores que engendrariam a grande massa super explorada a tomar posse dos meios de produção, e utilizá-los ao seu próprio benefício. Porém, a obra de George Orwell A Revolução dos Bichos (1944) explora um ponto muito mais ambíguo do que a simples relação Burguesia X Proletariado; ela se propõe a discernir o âmago da questão. O problema da sociedade humana são os mecanismos estruturais políticos, ou a própria essência do ser humano, que ao ter acesso ao domínio sobre os outros, revela suas piores mazelas. Seria o homem (bichos não falam, nem se organizam politicamente), como disse Rousseau, um produto de seu meio, ou o texto reforçaria o argumento de Hobbes, quanto à essência subjetivamente corrompida da humanidade ("O homem é o lobo do próprio homem")? Pois, quando o porco da fábula chega ao poder, ele se torna igual ao antigo proprietário da fazenda (segundo a obra, até mais explorador) que ele tanto reprovava. De que adianta, segundo a obra, os sonhos de Major; que simboliza Lênin; ou as grandes idéias de Bola-de-Neve; que simboliza Trotsky; se o grande vitorioso da história foi Napoleão; que simboliza Stalin; ao utilizar a força como meio de imposição de seusideais?!Qual seria o grande fator determinante da história, possuir os meios de produção e controlá-los em seu próprio interesse, ou ser incapaz de resistir ao mesmo erro que todos os outros cometeram? E que apesar de tanta acusação e inconformismo, aqueles que substituem os que no poder estavam, repetem os mesmos atos dantes reprovados. Ou não teria feito os bolcheviques de Lênin o papel da burguesia, no processo da industrialização soviética? E o que falar da nomenklatura, símbolo de corrupção e democracia?Portanto, se demonstra da obra de George Orwell que o status do poder é muito mais perigoso do que a identidade da classe que nele se estabiliza, mesmo porque, em ultima análise, será quem está no poder que irá determinar as posições daqueles que estão participando do processo em voga! Afinal, até um porco com poder se parece com um homem, segundo a obra; e o que é mais lamentável: os homens que estão no poder, ficam parecidos com os porcos!

BIBLIOGRAFIA:HOBBES, Thomas, "Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil", 1651ROUSSEAU, Jean-Jacques, "Do Contrato Social", 1762ORWELL, George, "A Revolução dos Bichos", 1944.



Texto de Deborah Bedento de Mauro, Evaldo Donizeti Vicente e Felipe Barros Santos. Alunos do 6º Semestre do Campus Dutra.

Cultura de Resistência -Brasil 1960-1968

O início da década de 1960 é marcado por problemas econômicos caracterizados pela inflação, pelo alto custo de vida, pelo desemprego, pela instabilidade política e a luta pela permanecia da democracia. O país necessitava de reformas de base.
A população urbana das grandes cidades temia a instabilidade econômica, porem tinha poucas opções para agir.
Os setores progressistas da classe média se organizaram para apoiar movimentos sociais em defesa da democracia.
Em 1961, é criado o Centro Popular de Cultura. Seu plano de ação para mudanças desejadas incluía discussões sobre a realidade sócio política, econômica e cultural do Brasil.
Os CPC’s se organizavam por todo o país. Defendiam a opção pela arte revolucionaria, com o intuito de desenvolver uma atividade conscientizadora junto às classes populares. O objetivo era fazer o povo brasileiro tomar consciência da sua realidade, das injustiças sociais, da exploração do trabalhador, entre outras coisas que iam de encontro aos fundamentos ideológicos do PCB.
As manifestações culturais, artes plásticas, filmes, etc, serviam como instrumentos de conscientização dos marginalizados da sociedade. A música, principalmente, foi utilizada para retratar as dificuldades encontradas pelas classes baixas.
O CPC investiu pesado na busca de um trabalho político ideológico de conscientização, porém não atingiu os resultados desejados. Entretanto, houve grande repercussão junto a casse média.
Muitas canções, peças de teatro, cinema, literatura foram produzidas pelos membros do CPC. A partir desse movimento, por assim dizer, surge a expressão cultura de cultura de protesto.
Os militares assumiram o poder político com o golpe de 64, (o país atravessou 21 anos de governos autoritário, comandados por generais). Com efeito, a luta pela liberdade de expressão, pela democracia, e pelos direitos constitucionais dos cidadãos passou a ser mais intensa. Apesar da situação política delicada, a produção cultural não foi afetada até 1968.
Os jovens do CSP, não intimidaram a produzir trabalhos com o intuito de conscientizar a população. Assim em dezembro de 1964 nasceu o show musical Opinião. A escolha do nome tem um sentido notoriamente político e de resistência e possuía o respaldo de um segmento mais intelectualizado da classe média, que após o golpe militar, passou a se aproximar mais com as propostas do CPC.
Num certo sentido, o Opinião radicalizou e tentou realizar os termos do Manifesto do CPC.
Contudo, não foi à única tentativa de articular a critica social nos palcos brasileiros naquele momento. Entre 1964 e 1966 outros espetáculos teatrais deram grande destaque à musica no sentido, como exemplo podemos citar Arena Canta Zumbi; Liberdade, Liberdade; A Voz do Povo, entre outros.
Alem da música, o cinema trouxe um grande debate sobre a cultura nacional. O movimento ficou conhecido como cinema novo, iniciou por volta de 1960 e durou até 1967. A proposta dos filmes era mostrar a realidade brasileira e as relações sociais conflituosas, ambientadas sobretudo no mundo rural. A “estética da fome” era o principio norteados do movimento.
Entre outras produções do período estão, Vidas Secas, O Pagador de Promessas e Deus e Diabo na Terra do Sol.
A partir de 1964 o cinema foi utilizado para refletir sobre as razões da derrota política do país, levando a esquerda brasileira a fazer uma auto-critica mais radical sobre o contexto.
Nesse período foram produzidos os filmes O Desafio (65), que representou o contexto pós-golpe militar e ajudou a articular a sensação de perplexidade da esquerda brasileira: e Terra em Transe.
Ao contrario da musica, o cinema revê dificuldades em se popularizar e chegar ao grande público consumidor de cultura.

Os Festivais

Entre os anos de 1966 e 1968 os festivais da canção foram os principais veículos da manifestação da canção engajada e nacionalista, voltada para problemas sociais brasileiros.
“Em 1966, a cidade de São Paulo parou para torcer pelas músicas a “Banda” e “Disparada”. Com medo da reação do publico, os jurados decidiram considerar as duas empatadas em 1º lugar.
Em 1967 o clima político tornava-se mais tenso e sombrio. As manifestações dos estudantes pedindo a volta da democracia preocupavam o governo militar. As denuncias sobre tortura ganhavam destaque na imprensa do Brasil e do exterior.
Carlos Marighela, Jacob Gorender, entre outros romperam com o PCB e organizaram novos grupos, preparando a guerrilha contra o regime militar.
Fora do cenário político, a arte entrou no auge da popularidade, a musica popular trouxe uma geração de músicos muito talentosos, entre outros Caetano Veloso, Gilberto Gil.
As composições do período denunciavam a realidade nesse contexto, o destaque vão para Ponteio e Roda-Viva.
Contudo, o grande impacto em 1967ficou por conta de Caetano e Gil, que romperam com os temas do morro e do sertão, trouxeram as experiências urbanas e as guitarras elétricas, nascia então o Tropicalismo, com as musicas Alegria-Alegria e Domingo no Parque.
Os Tropicalistas não compartilhavam das concepções ideológicas do período. O comportamento apolítico dos representantes incomodou boa parte da esquerda brasileira, por outro lado, alguns intelectuais conseguiram enxergar a denuncia política, o atraso, as contradições e o subdesenvolvimento do país nas canções tropicalistas. No final de 1968, Caetano anunciou o final do movimento.
Em 1968 os festivais da canção continuaram com grande prestígio e foram o palco de protestos da classe media intelectualizada, estudantes, etc. Não por acaso o 3º Festival Internacional da Canção classificaria as musicas Sabiá e Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores, sensação que ficou com o 2º lugar, até por pressão dos militares que não admitiam sua vitoria.
Em dezembro deste ano foi decretado o AI – 5, assim inúmeros estudantes, intelectuais, políticos e outros oposicionistas foram presos, cassados, torturados ou forçados a exílio. 0 regime instituiu rígida censura a todos os meios de comunicação, colocando fim a agitação política e cultural do período. Nenhuma oposição ao governo seria tolerada, era a época do slogan oficial: “Brasil, ame-o ou deixe-o”
Talvez nunca mais tenha havido na sociedade brasileira uma síntese mais acabada entre política, a vida e a arte como naquele período. A cultura reforçava identidades e valores político-sociais que formaram aquela geração.





Referência Bibliograficas:

CALDAS, Waldenyr. A cultura politico-musical brasileira. São Paulo: Musa, 205.

NAPOLITANO, Marcos. Cultura Brasileira: Utopia e massificação (1950-1980). 3 ed. São Paulo: Contexto,2006



Texto de Cíntia Rodrigues dos Santos, José Jeferson da Silva Ramos e Renata Batista Mello, Alunos do 6º Semestre do Campus Dutra.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Século XX- Movie Maker

Trabalho realizado pelo aluno Agnaldo Augusto Ribeiro, do 6 º Semestre do Campus Itaquaquecetuba, para a disciplina de Tecnologias e Linguagens no Ensino e Pesquisa de História.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A dança das musas e Apolo- Pintura do cabeçalho do Blog


A pintura "As musas dançando com Apolo" é uma obra do artista italiano Baldassare Peruzzi (1481-1537).
No quadro acima vemos as musas dançando com o deus Apolo.
Em ordem númerica temos os nomes das musas:



1.Calliope (Lider das musas e musa da poesia)
2. Clio (musa da história)
3. Erato (musa da poesia amorosa)
4. Melpômene (musa tragédia)
5. Terpsicore (musa da dança)
6. Polínia (musa da poesia lírica)
7. Euterpe (musa da música)
8. Talia (musa da comédia)
9.Urania (musa da astronomia) .













sexta-feira, 30 de outubro de 2009


O corpo como representação pública nos autorretrados de Frida Kahlo

Seria muito simples definir o corpo das mulheres através das características biológicas que as constituem, diriam simplesmente que a fêmea do ser humano possui um ovário, útero, vagina e clitóris e seria o bastante para explicar sua forma de sentir e viver no mundo. O corpo feminino e suas vicissitudes biológicas que por muitos séculos foram rechaçadas por sua inconstância, não e capaz de abarcar a complexidade do ser mulher, mas é essencial na sua situação frente ao mundo.
O corpo feminino transcende a biologia, os indivíduos não são largados a própria sorte no meio natural, são submetidos a seu meio social, a partir desta conjuntura o corpo é sujeitado a tabus, a leis e a valores que moldam sua participação em seu meio.
Portanto o contexto cultural, social, econômico e político assumem primordial importância na constituição das ações que moldam o comportamento do corpo através da história.
Nos quadros da pintora Frida Kahlo, temos contato com várias manifestações das ações de seu meio em seu corpo físico, desde sua infância até a idade adulta.
Nas obras de Frida temos continuidades e descontinuidades nas ações comportamentais, em alguns momentos marcados pela tradição e em outros por atitudes de vanguarda assumidas pela pintora. Ela busca livrar se dos cânones comportamentais pré- concebidos de posicionamento das mulheres na sociedade tradicional mexicana, mas sem deixar de desejar se realizar como mulher.
Os seus autorretratos são como espelhos de sua subjetividade e as temáticas ali tratadas tocam no âmago de todas as mulheres de uma forma ou de outra. Em sua obra a pintora buscou se desvencilhar dos conceitos que rotula cada ser humano desconstruindo a fronteira entre o masculino e o feminino experimentando em suas representações os dois universos. A arte como expressão libertadora permitiu romper as barreiras, Frida utilizou várias destas possibilidades, tendo seu corpo como mote de criação.
Em seus trabalhos busca se livrar de seu corpo real aonde convive com dor, padecimento e tabus para sentir a plenitude da liberdade artística, podendo assim, explanar as suas influências e os seus sentimentos mais profundos. Seus quadros possuem várias manifestações de sua forma de encarar a vida e transpor o comportamento aceitável para a sociedade da época. Frida demonstrou claramente suas tendências políticas, seu amor ao México, sua vida amorosa tortuosa e apaixonante com Diego Rivera, sua dor por não ter conseguido ser mãe, seu homossexualismo, tendo como palco seu corpo.
No caso de Frida podemos afirmar que sua arte é um estado d’alma e seu corpo o tema que mais a inspira por ser o que mais conhece, sua obra transgride, incomoda, rompe fronteiras e revela as contradições da divisão dualista do gênero como algo fixo e imutável. Em suas obras, sentiu a liberdade em sua plenitude, foi mulher, homem, animal, flor, fruto e até duas como em seu quadro “Duas Fridas”, rompendo os padrões estabelecidos e descortinando um universo de infinitas possibilidades.


Referências

BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969.
KAHLO, Frida; ZAMORA, Marta. Cartas apaixonadas de Frida Kahlo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
KAHLO, Frida. O diário de Frida Kahlo.um retrato íntimo. Rio de Janeiro: José Olympio,1995.
KETTENMANN,Andrea. Frida Kahlo: 1907-1954. Dor e paixão. Lisboa: Benedikt Taschen, 2006.
MARTOCCIA, Maria; GUTIÉRREZ,Javiera. Corpos Frágeis, Mulheres Poderosa: Rio de Janeiro. Edioro,2002.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru: EDUSC, 2005.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática , 2007.
RAUDA, Jamis. Frida Kahlo: Milano. Longanesi,1985.
SZTAJNBERG,Rachel. Frida Kahlo: O Desamparo Encarnado. SITE: Antroposmoderno.
Disponível em: http://
www.antroposmoderno.com/textos/ frida kahlo.>html. Acesso em 12.12.2007.
Fonte iconográfica: Autorretrado com colar de espinhos,1940.
Disponível em :
www.antroposmoderno.com. Acesso em 12.12.2007.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A MUSA CLIO.

Clio é a musa da história e da criatividade, filha de Zeus, o deus dos deuses e Mnemósine, a deusa da memória.

Fonte da imagem: raffaelbarbosa.blogspot.com