sábado, 25 de setembro de 2010

CICLO IDEOLÓGICO E AS ORIGENS DO DESENVOLVIMENTISMO 1930-45

A História do pensamento econômico é definida por Schumpeter em sua obra history of economic thought como a “soma total das opiniões e desejos referentes a assuntos econômicos especialmente relativos à política governamental que, em determinado tempo e lugar, pertencem ao espírito público”. Esse texto tem como objetivo aborda o pensamento econômico brasileiro de 30, e as origens do ciclo ideológico do desenvolvimentismo.

A década de 30 é marcada por uma grande crise do sistema capitalista, que foi desencadeada pela quebra da bolsa de Nova York em 1929. No Brasil esse acontecimento vai contribuir para o surgimento da chamada “República Nova”, marca de uma ruptura institucional, e quebra da hegemonia oligárquica da política do café com leite. O país começa a tomar um rumo para a modernização, podemos dizer que é o início da implantação do sistema industrial.

Esse período é a gênese da ideologia econômica do desenvolvimentismo, que tem como projeto a industrialização integral, como forma de superar o atraso e a pobreza dos brasileiros. Podemos dividir esse conjunto de idéias em três correntes:

a) No setor privado nos deparamos como uma corrente de economistas que assumem uma posição antiliberal e desenvolvimentista. Eles eram favoráveis ao apoio estatal à acumulação privada e tinham posições diversas sobre o grau de intervenção estatal.

b) No setor público existia uma corrente, que por não existir outro termo podemos chamar de “não nacionalista”. Os economistas dessa corrente eram favoráveis ao apoio estatal à industrialização, mas tinha uma posição de preferir soluções privadas nos casos de disputas de inversões estatais. O contraste dessa vertente, com os “nacionalistas” é que demonstravam uma inclinação por políticas de estabilização monetária.

c) Igualmente no setor público encontrava-se uma corrente de desenvolvimentistas “nacionalistas”. Esses economistas defendiam inversões estatais em setores considerados estratégicos para a continuidade do processo de industrialização, como a mineração, energia, transporte, telecomunicações, entre outros. O termo nacionalista é explicado pela sua proposta alternativa à estatal de investimentos estrangeiros, dada a frágil estrutura do capital nacional.

Desenvolvimentismo pioneiro de Roberto Simonsen

Roberto Simonsen nasceu em Santos no dia 18 de fevereiro de 1889, e morreu no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1948. Filho de Sidney Martin Simonsen e Robertina Cochrane Simonsen. Foi engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político e economista, considerado o maior líder industrial brasileiro. Um grande ideólogo do desenvolvimentismo, ele se Inseriu na vida política nacional através dos postos de comando que assumiu nas entidades representativas do empresariado Industrial. Foi vice-presidente do centro Industrial de São Paulo, Foi presidente da Confederação de São Paulo em 1933 e 1936, entre outros órgãos.

O Pensamento de Simonsen não abrange o centro do debate do desenvolvimentismo que ocorre nos anos de 1945-64. Porém sua importância está no legado ideológico que deixou após sua morte em 1948, sua formulação teórica ainda se situa em um vazio teórico, compreensível nos países subdesenvolvidos.

São os seguintes elementos que estruturaram o seu pensamento desenvolvimentista: A industrialização era a forma de superar a pobreza brasileira, ele acreditava na reestruturação das economias latino-americanas, e no apoio governamental para o desenvolvimento da indústria.

O desenvolvimentismo foi um ciclo ideológico que pretendia salvar o país da crise e do atraso. Suas contribuições foram a modernização da economia e o desenvolvimento industrial.

Bibliografia:

BIESLCHOWSKY, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro: ciclo ideológico do desenvolvimentismo. – 4 ed. Rio de Janeiro: contraponto. 2000

SIMONSEN, Roberto Cochane, 1889-1948. Evolução Industrial do Brasil e outros estudos; seleção, notas e bibliografia de Edgar Carone. São Paulo, Editora Nacional e Editora da USP, 1973.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995, 2ª edição.

Fonte imagem: cinedidatico.zip.net

Texto de André José Lopes,6º semestre de História

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