sábado, 25 de setembro de 2010

A CONSTRUÇÃO DO HERÓI NORTE-AMERICANO E SEUS INIMIGOS


O imperialismo político norte-americano se utiliza de todos os meios possíveis e muitas vezes impossíveis para legitimar sua postura de “heróis do mundo”, com o intuito de introduzir a ideologia norte-americana em outros povos, uma maneira de submeter o “outro”, em uma relação de poder e dominação[1], sem se preocupar com suas possíveis conseqüências sócio-culturais. Com isso ocorre a construção de imagens reducionistas e fragmentadas de culturas e sociedades, possivelmente servindo tanto a uma política intervencionista, quanto a um imperialismo político. E estas culturas que são representadas, por não terem como combater este imperialismo político vestem estas “alegorias” e tentam enfrentá-lo transfigurando-se numa unidade dialética, um sustentando a existência do outro.

Uma das maiores preocupações estadunidenses é com relação à região assim denominada “Oriente Médio”, pois ao longo do século XX através dos avanços do capitalismo industrial e financeiro esta região se destacou como posição estratégica, pois seu petróleo passou a ser vital para a sobrevivência das sociedades indústrias Ocidentais[2], manter a ordem e o equilíbrio tanto político, quanto militar neste ambiente de diversidade étnica passou a ser prioridade dentro da “ordem econômica mundial”; e como base, ou auxilio de uma crescente atividade comercial, militar e diplomática a serviço deste imperialismo político são criadas representações e introduzidas, por meio do cinema, no imaginário coletivo acerca do “Oriente Médio”.

Quando alguma sociedade (cultura) contraria algum interesse deste imperialismo político, ele transforma esta sociedade em “vilões mundiais” através da difusão do “caos e do medo” por meio de representações fragmentadas tendo como um dos meios de difusão o cinema, estas produções ajudam a criar no imaginário coletivo um propósito geral de manter as pessoas mobilizadas e enraivecidas contra um “inimigo” que se apresenta com face difusa. Hoje o enfoque ideológico está na demonização de um inimigo desconhecido que não possui nacionalidade e chama-se “terrorismo”, e a ideologia norte americana apropriada nesta linguagem é difundida através desta “narrativa visual” (cinema), e é introduzida no nosso imaginário.

A importância de uma discussão neste âmbito, ao analisar as produções culturais não como um mero entretenimento, mas como uma construção ideológica, está na reflexão sobre como as representações dominam o sujeito moldando suas ações; e da “incapacidade” que temos de analisar e intercambiar idéias no âmbito de um mundo predominantemente estruturado no discurso “moderno” de “civilizar”. Ao praticar este exercício de reflexão, talvez possamos compreender como essas representações possam dar base aos interesses deste Imperialismo Político, a ponto de “orientar” a “ótica” de outros povos a se ajustarem em moldes cada vez mais padronizados a favor desta política intervencionista ou, no entanto a se omitirem diante da ação estadunidense.


[1] SAID, Edward W. Orientalismo: O oriente como invenção do ocidente. São Paulo, Companhia de Bolso, 2003.

[2] Gelfuso, Fernando- As Tensões no Oriente médio e a Guerra no Afeganistão- São Paulo: Ediouro, 2002


Fonte da imagem:http://www.osvigaristas.com.br/imagens/politica/vicio-do-tio-sam-5157.html

Leandro Batista da Silva,aluno do 6º semestre de História.

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