domingo, 26 de setembro de 2010

O Marquês de Sade.

Donatien Alphonse François de Sade, (Paris, 2 de junho de 1740-Saint – Maurice de dezembro de 1814) é considerado o príncipe da libertinagem, mas me pergunto, seria Sade um libertino devasso ou seguindo os pensamentos de Marc Bloch, seria Sade um “Homem, filho de seu tempo” ?

Segundo a historiadora Elizabeth Roudinesco, no final do século XVIII ao inicio do século XIX, a aristocracia francesa vive em dois universos paralelos, no qual, mantêm uma vida formal em meio à sociedade, e um mundo privado onde realizam libertinagens voluptuosas, atos de devassidão e de promiscuidade excessiva. E é em meio a essa nobreza libidinosa, de natureza obscura, que não se impõem limites, quando se trata da busca do prazer, que o pequeno Marquês, será educado e criado.

Tendo essa sociedade como pano de fundo, Sade tem introduzido em si, o sentimento de superioridade da aristocracia, de pertencer á uma classe que tudo pode, se manifestando em pensamentos e atos no direito de desfrutar a seu bel-prazer das outras pessoas, as usando como objetos e tendo como única importância o prazer próprio, sem peso na consciência de coisificar as suas vitimas. Se tornando o símbolo do lado mais obscuro da aristocracia libertina.

Sade que se consolidou como um Filosofo adepto do ateísmo, se apropriou do discurso Iluminista, e o explorou ao extremo, formulando varias criticas a religião e a moral de seu tempo. Em discursos que desqualificam conceitos morais que repousam sobra a crença cristã.

Seu entendimento revela uma concepção caótica de mundo, onde ele usa sua orientação sexual, produzindo um universo que exalta a mistura da violência com o Libido, a volúpia, o prazer excessivo a luxuria e o egoísmo, o que segundo Sade é inato da natureza humana, o desejo e a busca incessante por prazer, que é reprimido pelos códigos morais, éticos e valores religiosos, que em sua concepção é um aparelho repressivo ideológico da natureza humana, criado pela sociedade.

“Antes de ser um homem da sociedade, sou-o da natureza”

Marquês de Sade.

Referências Bibliográficas:

Ø NOVAES, Adauto. Libertinos e Libertários. São Paulo. Ed: Cia das Letras.1996.

Ø ROUDINESCO, Elizabeth. A parte Obscura de nós mesmo. Uma história dos perversos. Rio de janeiro. Ed: Jorge Zahar, 2007.

Ø PERROT, Michelle. (org). História da vida privada, 4: Da revolução Francesa a primeira guerra mundial. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Ø SADE, Marquês. Filosofia na Alcova. Ed. Bertrand. 2007.

Fonte da imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Sade_%28van_Loo%29.png

William J. Duarte Costa , aluno do 6º Semestre de História.

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